Para quem não sabe, existem 2 prémios de referência no que a jogos de tabuleiro diz respeito:
- O Spiel des Jahres (o jogo do ano, em português), que é atribuído por um júri.
- O Deutscher Spiele Preis (prémio de jogo alemão), que é atribuído pela comunidade de jogadores através de uma votação que decorre aqui.
Enquanto o Spiel des Jahres normalmente premeia jogos com um cariz mais familiar - leia-se, mais facilmente vendáveis - o Deutscher Spiele Preis costuma ser atribuído a jogos mais pesados, os gamer's games do BGG. Reiner Knizia, por exemplo, já recebeu vários DSP, mas nunca recebeu nenhum SdJ, apesar das suas 13 nomeações.
Os nomeados na edição deste ano, pelo júri do SdJ são:
Seeräuber, de Stefan Dorra (Queen Games) .
Aqua Romana, de Martin Schlegel (Queen Games) .
Just 4 Fun, de Jürgen P.K. Grunau (Kosmos) .
Thurn und Taxis, de Karen & Andreas Seyfarth (Hans im Glück) .
Blue Moon City, de Reiner Knizia (Kosmos) .
O júri, como é hábito, deixou a sua lista de jogos recomendados:
Fettnapf ... in Sicht, de Reinhard Staupe (Amigo) .
Hart an der Grenze, de André Zatz & Sergio Halaban (Kosmos) .
Packeis am Pol, de Alvyda Jakeliunas und Günter Cornett (Phalanx Games) .
Ausgerechnet Buxtehude, de Bernhard Lach & Uwe Rapp (Huch & Friends) .
Fischmarkt, de Mario Papini (Clementoni) .
Revolte in Rom, de Stefan Feld (Queen Games) .
Mesopotamien, de Klaus-Jürgen Wrede (Phalanx Games) .
Timbuktu, de Dirk Henn (Queen Games) .
Was n das?, de Philippe des Paillères (Ravensburger).
E este ano foram também atribuídos dois prémios especiais:
O "jogo fantástico do ano" ao Shadows over Camelot, de Serge Laget & Bruno Cathala (Days of Wonder) .
O jogo complexo do ano ao Caylus, de William Attia (Ystari).
Os grandes favoritos são assim Thurn und Taxis, que já era apontado como o grande candidato antes de se conhecerem as nomeações - e já repousa na minha prateleira à espera da estreia - e Blue Moon City, a última criação do mestre Knizia.
À partida Thurn und Taxis é favorito, por ser menos abstracto, ter um tema histórico e que diz bastante aos alemães (é sobre uma familia, os Thurn und Taxis, que concebeu e organizou um avançadissimo serviço de correio, no século XVIII), por ter sido recebido com entusiasmo generalizado (já esgotou a primeira edição e já há outra em impressão) e por ser da autoria de Andreas Seyfarth, desta vez acompanhado da sua esposa Karen, que, recorde-se, quase conseguiu o enorme feito de vencer este prémio com um verdadeiro gamer's game, o incontornável e eterno líder do ranking do BGG, Puerto Rico.
Por outro lado, há quem diga que à 13ª é que é de vez e, por isso, será desta que o mestre Knizia entrará para o grupo dos vencedores do SdJ. O seu Blue Moon City parece ter o nível de complexidade ideal para este prémio e também tem sido bem recebido pela generalidade da crítica. Contra si poderá jogar o tema de fantasia e o facto de haver Thurn und Taxis na corrida. A acontecer, seria a segunda vez que um candidato forte de Reiner Knizia seria derrotado por um "candidato perfeito" de outro autor, já que o seu Ingenious teve o azar de concorrer no mesmo ano do Ticket to Ride.
Também não é de excluir um vencedor surpresa. Lembre-se que o Villa Paletti - um até aí obscuro jogo de destreza - conseguiu triunfar, contra todas as expectativas, no mesmo ano em que concorreram jogos como o já referido Puerto Rico, ou o ultrafavorito, Transamerica. Assim sendo, pode ser que Seeräuber ou Just 4 fun ainda tenham uma palavra a dizer.
Uma certeza posso dar: quando o vencedor for conhecido, este blog não se esquecerá de comentar.
Uma nota para o prémio especial atribuído ao Caylus, que é de louvar, porque chama a atenção para um jogo que, quer pelas suas características (elevada complexidade), quer pela sua editora (a minúscula Ystari), à partida teria poucas possibilidades de ser nomeado. Quem sabe se esta ideia de premiar o jogo complexo do ano, não pega, e não passaremos a ter um por ano? Eu pessoalmente, como apreciador de jogos mais pesadotes, não acharia nada mal...