29 junho 2009

Session Report: Automobile

- Então o que é que vais jogar hoje?
- Ao último do Wallace.

Foi assim, como quem vai ver o último filme do Scorcese, que me desloquei à casa do Zorg, último reduto da cidade de Oeiras onde se consegue jogar sem que seja servida uma única pinga de álcool. Mas se na maior parte das vezes a secura pode ser um transtorno para a alegria e boa disposição da mesa, noutras ocasiões é uma abençoada benesse para o normal desenrolar da partida.
Foi o caso de Automobile. Jogo que recebeu por todos os lados os mais rasgados elogios, mas que, diz-me a experiência, tratando-se dum Wallace, poderia ter havido a tendência para exagerar nas qualidades da obra.
Automobile mostrou logo no tabuleiro o mesmo grafismo pobre e pouco imaginativo que caracterizam os jogos da Warfrog/Treefrog. Não sei qual é a relação entre Martin e o seu art designer mas convenhamos, já é altura de mandá-lo para um curso de Photoshop para ver se desenvolve algumas capacidades. Houve mesmo quem dissesse por maldade que a qualidade gráfica do protótipo era francamente melhor que a do jogo final. Seja como for, para o efeito, o tabuleiro é realmente pouco importante. Ao contrário do que é normal neste britânico de olhar apaixonado, Automobile não é um jogo de mapa e, atendendo a isso, pouco relevância tem jogá-lo numa folha de papel vegetal ou num pedaço de cartão.
O que é realmente importante e que se realça na experiência de jogo é a dimensão contabilística exigida aos jogadores. Aqui brinca-se ao lucro/prejuízo e as contas surgem a cada ronda em doses industriais. Quantas fábricas construir, quantos carros produzir, o que é que o mercado quer e que fabricas vão dar prejuízo? Acreditem, é de dar com a cabeça nas paredes. No fim, quando tudo termina, parece que é tirado um peso de cima dos miolos e todos nos sentimos aliviados por aquele pesadelo ter finalmente acabado.
Só para que sirva de exemplo, éramos 5 jogadores. Eu, de cada vez que a era a minha vez, não sabia literalmente o que fazer. O Francisco (vulgo Spirale) que é um homem dado à conversa estava quietinho no seu lugar perscrutando as oportunidades do jogo em silêncio como se nada existisse além dos seus carros e das suas fábricas. O Teixeira, homem de grande ponderação, que normalmente faz sempre grandes jogadas baseadas numa meditação profunda, abanava a cabeça em desespero, impotente para resolver os problemas que lhe iam surgindo. O Bruno que percebe de contas e consegue chegar a uma conclusão em 2 minutos, não resistiu a Automobile e fez o seu jogo sempre agarrado à maquina calculadora do telemóvel, pratica muito contestada, diga-se, por todos os adversários.
Automobile é isto. Contas, ponderação e desespero. Isto pode ser, para os mais masoquistas, o maior elogio que se pode fazer a um jogo, mas para mim, homem que prefere uma boa dose de descontracção, senti bastante desconforto. É que apesar de tudo, Automobile exige mais a um jogador do que aquilo que eu pessoalmente estou disposto a dar a um jogo de tabuleiro. Mas claro, são opiniões.
Mas Automobile está muito bem desenvolvido e é um jogo de gestão puro. Se eu mandasse no ensino deste país, todos os alunos de Gestão seriam obrigados a jogar Automobile e a seguir fazer um trabalho sobre os problemas que o jogo cria e, claro, as formas de os solucionar.
Pouco mais me adianto, só queria deixar aqui as minhas impressões até porque o Zorg está encarregado duma crítica mais pormenorizada sobre o tema a escrever sabe deus quando. Mas para quem gosta de jogos pesados e difíceis tem aqui um desafio bem interessante.


24 junho 2009

Vinícola

Há gajos espertos e o Vital é um deles! E é esperto porque percebeu logo que se havia tema capaz de vender um jogo, esse tema era o tintão! E foi com esta premissa que nasceu o Vinícola!

Com um tema destes, era impossível ninguém pegar nisto e hoje foi oficialmente anunciado que, após duríssimas negociações, a What's your game, uma das mais respeitadas editoras Italianas, vai publicar este Vinícola! Os números do contrato ainda estão no segredo dos deuses, mas ao que consta alguém ouviu o Vital dizer "digamos que não vou ganhar menos que o Cristiano Ronaldo".

O jogo será lançado oficialmente em Nuremberga e mais detalhes podem ser lidos na RedeDeJogos.

Da nossa parte, resta-nos dizer: parabéns Vital... e quero fazer parte da tua posse! Deixa-me viver às tuas custas, como uma espécie de cunhado do Cristiano Ronaldo. Eu lavo, limpo, passo a ferro e bajulo 24h por dia...