Antiquity é o jogo que confirmou a Splotter como uma das editoras mais interessantes e peculiares do panorama actual. Com meios muito reduzidos e editando exclusivamente os jogos criados pelos dois donos, Jerouen Doumen e Joris Wiersinga, a Splotter tem conseguido o feito de editar consistentemente jogos complexos, originais e temáticos. Antiquity é uma das suas melhores criações: os jogadores começam com uma cidade, com alguma população e um carro de ferramentas e têm de explorar os terrenos em torno da cidade para obter recursos. Podem-se construi quintas, portos de pesca, minas e serrações e usar a população para fazer tudo isso trabalhar. Fazer as coisas trabalhar, causa poluição que vai, pouco a pouco, inutilizando os terrenos ao redor da cidade. Com os recursos obtidos, alimenta-se a população, constroem-se edifícios com efeitos variados e, eventualmente, mais cidades. Um dos edifícios que se podem construir é a catedral que, no momento da construção, é dedicada a um santo específico, o que determina a condição de vitória do jogador. Caso não se gira bem a questão da poluição, fica-se sem espaço no mapa para fazer coisas em poucas jogadas. Caso não se gira bem a questão da comida, fica-se sem espaço para construir edifícios nas cidades (porque a falta de comida provoca mortes, representadas por pedras tumulares que têm de ser colocadas na cidade). Estes dois factores combinados fazem com que, às vezes, o jogo "derrote" os jogadores e os coloque numa espiral descontrolada rumo à destruição. No primeiro jogo que jogámos, aconteceu aos dois jogadores, pelo que ninguém ganhou. :)
MAs tudo é implementado com grande elegância. Há aqui muitas ideias originais que, em alguns casos, já foram reaproveitadas em jogos ilustres (a necessidade de alimentar a população, a forma como se planta a semente e se colhem os vegetais, etc). Também tem outras boas ideias que nunca vi em mais nenhum jogo (as condições de fim de jogo diferentes por jogador e escolhidas num momento definido pelo próprio, a forma como a acção dos jogadores transforma a paisagem, ZOCs, etc). Não há sorte nem informação escondida.
O único ponto negativo que lhe posso apontar é a enorme quantidade de peças de dimensões relativamente reduzidas que o jogo tem o que o torna, às vezes, fisicamente difícil de jogar. Fora isto, e não fosse o pormenor de estar out of print há uns tempos, (e as cópias que existem serem caríssimas), dir-vos-ia para irem a correr comprar!
2 comentários:
Satisfaz-me comprovar que voltaram a escrever. Espero que o registo seja para manter, mantendo o blogue actualizado, na medida das vossas disponibilidades.
É muito interessante virem recordar estes 'clássicos', numa perspectiva de não esquecerem os jogos mais marcantes da última década.
Lanço, agora, um desafio, numa perspectiva de futuro próximo: quais os títulos mais aguardados de 2010 ou quais aqueles, mais recentes (de final de 2009, por exemplo), em que estão mais ansiosos por jogar?
Grande abraço1
Esse realmente é um clássicão... bonito (dentro do possível), cheio da coisas interessantes e se não fosse o detalhe do OOP eu já teria uma caixona dele na minha estante... =D
Tenho um home-made do Roads and Boats, mas só de pensar em outra empreitada "Splotter" fico desanimado... HAhahAHhaha...
Abraços do Brasil...
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