24 agosto 2005

Session Report: Mare Nostrum

Juntámo-nos para uma partida de Mare Nostrum, jogo muito apreciado pelo Pedro, mas que nunca tivera a oportunidade de jogá-lo a 5, de modo que, as suas experiências anteriores, com 3 e a 4 jogadores, foram bastante decepcionantes para não dizer patéticas.
Além do Pedro, também o Gonçalo já tinha jogado, pelo que eu, o Shahim e o Feto nos iriamos iniciar na luta pela supremacia mediterrânica.
O Pedro escolheu os cartagineses, o Feto os egípcios, eu os babilónios, o Gonçalo os enlatados gregos e o Shahim os romanos.
Como eramos jogadores inexperientes, não sabíamos bem o que fazer. Assim, 3 quartos do jogo foram passados em total guerra fria, onde nos tentámos fortalecer ao mesmo tempo que dissuadíamos os adversários com o avolumar constante de forças juntos às fronteiras.
Nesta primeira fase do jogo, inocentemente caracterizada pela inexistência de qualquer tipo de conflito, Shahim levou alguma vantagem na quantidade de tropas que conseguiu produzir, até porque as legiões para o jogador “Romano” são mais baratas. Ao contrário do que todos prevíamos, especialmente o Gonçalo que batia os dentes de medo com os seus Gregos, vizinhos de César, Shahim deixou-se estar pacificamente na sua península Itálica sem arranjar qualquer tipo de confusão. “Pax Romana”.
Desta forma o jogo pouco avançou. Todos nós construíamos fortalezas para defender as nossas cidades e caravanas de comércio. Ninguém se apercebeu do valor do mar, tirando o Gonçalo e o Pedro que lá construíram um ou outro barquito para andar à deriva pelo Mediterrâneo e o jogo, desta forma, arrastou-se numa dinâmica de guerra fria até que o Pedro, sabiamente, que sempre preferiu os mercados às armas, comprou a heroína que lhe daria uma vantagem enorme para o resto do jogo. Helena de Troia que tinha a especificidade de converter uma legião de qualquer atacante numa legião cartaginesa. Foi este o episódio que fez Gonçalo perder a paciência, iniciando hostilidades contra o “cartaginês”.
As batalhas navais passaram a ser constantes, algumas conquistas foram tentadas pelo Gonçalo na Babilônia sem grandes resultados e, com a pressão de todos os lados, os gregos foram acabando por perder a sua influência.
No resto dos impérios, criaram-se defesas muito fortes que não permitiam ataques bem sucedidos pelo que a única forma de ganhar os recursos necessários era através do comércio, principalmente naquilo que os romanos tinham para oferecer (metal, vinho e azeite, matérias inexistentes em África e na Ásia). A Babilônia, comigo nos comandos, tentava ganhar a carta de director comercial para aí ter voz nas trocas comerciais e tentar conseguir as cartas que permitiam a construção das maravilhas necessárias à vitória. Em termos militares eu tinha um exército bastante poderoso para que se metessem comigo. Apesar dos esforços, Cartago nunca deixou fugir a posição que tinha no comércio, acompanhando sempre as minhas investidas.
No meio de tudo isto, Feto e os egípcios permaneceram compactos, aproveitando os impostos que as cidades proporcionavam e a possibilidade de converter um recurso em imposto e vice versa para construir as suas 3 maravilhas e ganhar o jogo quatro horas depois de se ter iniciado. Já eram 2 e meia da manhã quando foi declarado o vencedor.
Todos nós nos apercebemos, no final, dos erros e da necessidade de cedo começar na cacetada.
Ficou prometido novo jogo, agora com mais sapiência, para quando Deus quiser. Shahim já começou a delinear a sua próxima estratégia, mas por favor, não lhe tirem os romanos.
Seja como for, Mare Nostrum agradou a todos e esperamos ansiosos pela próxima.
Gostámos tanto que eu e o Pedro já andámos a espiar a expansão e, pelo que nos foi dado a ver, parece melhorar ainda mais o original.

5 comentários:

zorg disse...

Gostei muito do jogo, apesar de não o ter ganho. :-)

Em relação ao teu session report, acho que te fica mal esconder a tareia que levaste, quando tiveste a infeliz ideia de te meter com o glorioso império cartaginês e também não mencionares o magnifico desembarque anfibio que as tropas cartaginesas executaram com mestria, conseguindo anexar a tunisia aos egipcios e adiando a vitória destes ultimos, por mais uns turns...

Hugo Carvalho disse...

Sim é verdade. A vitória dos cartagineses sobre os egípcios na Tunísia foi um dos momentos altos do jogo.
Mas não me esqueci. Na verdade estragaste-me a surpresa. Estava a pensar em fazer um especial Tunísia onde relatava, passo a passo, essa maravilhosa deslocação estratégica.
Sendo assim, fica apenas o registo.

Skip disse...

Seu Blog está começando agora e já tens vistantes de além mar.

Sou brasileiro e também coleciono jogos de tabuleiro. Como é o mercado aí em Portugal ? Escreva mais a respeito. Obrigado.

Hugo Carvalho disse...

O mercado praticamente não existe. Pelo menos jogos traduzidos só o Catan.
Também não faço ideia se existem muitos ou poucos jogadores de jogos de tabuleiro. Espero que o Blog sirva para se ter alguma ideia.
Seja como for, obrigado pelo seu comentário e se quiser escreva para cá a descrever um jogo que tenha jogado ou algo que ache interessante. O mail está visível e é só mandar.
Um Abraço.

zorg disse...

#JMingachos

Atenção que o Mare Nostrum pode não ser o jogo ideal para uma pessoa se iniciar neste tipo de jogos. Apesar de não ser muito complicado, exige um determinado tipo de predisposição que nem toda a gente tem. Para além do mais, como precisa MESMO dos 5 jogadores, corres o risco de não conseguir pô-lo na mesa, como se diz no BGG, por falta de quorum. Para te iniciares, recomendo um jogo mais amigável (o que não significa pior), como por exemplo o Settlers of Catan.

Foi a minha porta de entrada neste tipo de jogos, é o jogo que mais vezes joguei até hoje e ainda jogo de vez em quando.