18 outubro 2005

Essen

Tem sido um pouco difícil o pessoal juntar-se para fazer uma jogatana com os jogos que encomendámos o mês passado.
Struggle of Empires, Die Marcher e também o tão afamado Hannibal terão de ficar à espera de tempos mais libertos. Temos tido alguma dificuldade em arranjar um espaço onde se jogue em condições e quando temos o espaço faltam-nos os jogadores. A vida dum gamer é dura.
Por isso, decidi dedicar um post à última edição do Essen, um dos mais importantes certames de Jogos de Tabuleiro a ter lugar no mundo.
Sempre que tal acontecimento se desvenda, é sempre muita a curiosidade em saber as opiniões dos que lá estiveram. Portanto, é mais ou menos natural a quantidade de julgamentos que começaram a proliferar na internet depois do último dia.
Eu não fugi à regra e lá andei a investigar quais os jogos que melhor foram aceites pelos visitantes do certame. Aqui fica uma minúscula lista:

Caylus
Parece ser consensual entre todos os visitantes que é um dos vencedores da semana. Apesar das regras serem bastante pesadas e difíceis de entender numa primeira fase, Caylus só se consegue aprender no terreno de jogo, ou seja, no tabuleiro. Deste modo, os jogadores só se apercebem do que devem fazer na 2ª ou 3ª sessão. Este aspecto pode ser frustrante para alguns, principalmente para quem joga pouco e que, cada vez que o faz, está sempre a mudar de jogo, como é o meu caso. Acho que nunca joguei, tirando o Catan e o Wallenstein devido à internet, nenhum jogo duas vezes seguidas.
Quanto a Caylus, a ideia que parece estar por detrás é a dos jogadores vestirem a pelo de arquitectos e ganharem prestígio ao construírem um castelo para o rei. A partir dessa altura ganham-se recursos para o desenvolvimento da vila de Caylus que circunda e sustenta o dito castelo. Cabe ao jogador gerir os trabalhadores que para ele trabalham e a vida económica da vila.
O grande interesse está na mecânica do jogo permitir o aperfeiçoamento de muitas estratégias diferentes para se vencer uma partida. Cada partida ronda os 60 minutos.





Parthenon – Rise of the Aegean
Outro dos grandes vencedores. Jogo desenvolvido para seis jogadores, cabendo a cada um deles representar um dos seis territórios presentes (Roma, Atenas, Egipto, Cartago, Esparta e Jónia).
O objectivo é conseguir os planos de construção das maravilhas do mundo. Para esse efeito, os jogadores terão de navegar pelo mar Egeu e passar pelos territórios dos outros jogadores, comercializando o que tiverem para comercializar enquanto desenvolvem internamente a sua marinha e também politicamente seu próprio território.
Não é um jogo bélico, apesar de os jogadores estarem sempre em disputa por alguma coisa. Existe confronto sim, mas em termos comerciais e não militares. O jogo é aguardado com muita expectativa uma vez que parece ter conseguido ganhar a curiosidade e simpatia de todos os tipos de gamers.





Shear Panic
Uma das grandes surpresas. Quase toda a gente fala deste jogo que tem tanto de imaginativo como de louco. O objectivo centra-se em controlar um rebanho de ovelhas sempre imprevisível num determinado número de jogadas. Grandes doses de gargalhadas, matemática e pensamento abstracto.
Mas o grande trunfo de Shear Panic são mesmo as peças do jogo. Curtam lá bem estas ovelhas....não dá vontade de as levar para casa?





Euphrat & Tigris – Card Game
Passagem para um card game do fabuloso jogo de tabuleiro do sempre prolifero Reiner Knizia que este blog já analisou. Tem como fundo as dinastias e os reinos que se desenvolveram ao longo destes dois rios. Oferece, como card game, uma mecânica mais simples e uma maior rapidez. As cartas são coloridas e o design cuidado, o que muito vai agradar aos fãs de Knizia e não só.





Indonésia
Aguardado como uma obra prima, Indonésia centra a sua acção nas ilhas indonésias do Índico. É um jogo de comércio e de relações comerciais. A especulação surge em quantidades abismais e cabe a cada jogador fazer chegar mercadorias às cidades espalhadas pelos arquipélagos. Quanto maior forem as cidades que o jogador controla maiores são as necessidades das mesmas necessitando duma maior quantidade de mercadorias. Quem não as tem só lhe resta comprar ao adversário.
O desenvolvimento da agricultura, da indústria e das suas companhias marítimas são também deveres do jogador. O jogo decide-se no sentido de oportunidade. Os preços vão sofrendo variações ao longo da partida e a astúcia na compra e venda é decisiva para o resultado final.
Apesar das regras serem bastante fáceis de aprender, é preciso pensar em muitas coisas ao mesmo tempo. Qualquer opção dum determinado jogador influência fortemente a táctica dos outros. Jogo com a duração monstruosa de 4 horas.



10 outubro 2005

Bom Natal

Já não é tão cedo assim para começarmos a falar dos jogos que para aí vêem. O Natal está quase a chegar, o pessoal tem mais uns Euros no bolso e por isso, a altura, é a ideal para iniciar a análise dos títulos que poderão vir no sapatinho.
Com tanto feriado e festa, não vai ser difícil arranjar jogadores para comer bolo rei, beber vinho e partilhar uma bela jogatana na mesa lá da sala.
Todos os anos esta quadra traz com ela uma quantidade anormal de jogos de tabuleiro e portanto, já os comecei a espreitar e pretendo partilhar convosco as minhas maiores esperanças. Já sei que não os vou comprar todos, até porque destes só metade é que vai valer a pena, mas seja como for, nada como fazer uma primeira análise.

Tempvs
Uma das novas milhentas criações de Martin Wallace. É um jogo de civilização de 90 minutos para 5 jogadores. Aparentemente o seu grande trunfo é a simplicidade das regras que se opõe ao que é habitual neste tipo de jogos, onde reina uma certa complexidade nem sempre do agrado dos gamers.
Pelo que li parece uma variação mais evoluída do Catan. Tal como o jogo de Klaus Teber o espaço onde decorre a acção é uma ilha cuja estrutura pode variar de jogo para jogo. Existem construções, guerras e montes de opções muito ao estilo daquilo que Wallace já nos habituou. Uma opção errada e o jogador tem de reestruturar toda a sua estratégia de forma a se coadunar à nova realidade.
Por enquanto as opiniões têm sido muito favoráveis e já há quem o considere a obra prima deste designer inglês.
Cá esperamos para ver, mas estou confiante.



World of Warcraft
Sempre fui um apreciador do mundo de Warcraft. O primeiro jogo baseado nesse ambiente não correu muito bem, pelo menos a fazer fé nas críticas. Esperemos que agora a coisa saia bem melhor.
O esforço dos envolvidos no projecto é grande. 200 figuras, carradas de cartas de efeito, tabuleiro muito bonito e a mente de Christian Petersen (Game of Thrones e twilight imperium) por trás. Parece-me bem, mas até agora pouca gente teve a oportunidade do testar.
Seja como for, devido à quantidade de tralha que a caixa traz, a brincadeira vai sair cara. O livro de instruções contém 40 páginas. Pelas imagens disponibilizadas temo que a experiência se possa tornar numa autêntica barafunda. Mas é Warcraft e isso pode bastar para aliciar os fãs.




Conquest of the Empire
É um remake do clássico com o mesmo nome criado em 1984 criado por Lawrence Harris.
O jogo centra-se na luta de generais romanos em adquirir poder em Roma. Por isso têm de formar um exército capaz de o ajudar a atingir os objectivos. Usa alguns dos mecanismos do Struggle of Empires de Martin Wallace, que tenho mas que ainda não tive oportunidade de experimentar, apesar de o ter comprado recentemente.
Alianças, votos do senado, influências, impostos, Césares, generais, catapultas, cavalaria e marinha são algumas das palavras encontradas no manual de instruções.
O tema é talvez o seu ponto mais forte. Além do mais tem muitas figuras, o que é sempre bom para embelezar o ambiente e, para os maluquinhos da pintura, este título pode ser uma iguaria difícil de resistir.
Mas será assim tão bom? As opiniões, até ao momento, dividem-se, mas é um Martin Wallace e por isso merece uma espreitadela mais atenta.




Mare Nostrum – Mythology Expansion
Adorei jogar ao Mare Nostrum. Já li as regras da expansão e parece-me, teoricamente, que com ela o jogo ganha muito mais profundidade. Mais opções incluindo novos heróis, criaturas mitológicas com poderes especiais muito diferentes entre si e a possibilidade de pedir a ajuda dos deuses podem fazer de Mytology Expansion o grande jogo deste Natal. Uma nova civilização (Atlântida) é metida ao barulho e diz quem sabe que agora todos os jogadores vão estar em igualdade.
Calha bem, o meu pequeno grupo de gamers adora jogos de porrada e a expansão vai fazer com que nos juntemos mais vezes para ver quem é o melhor.
As primeiras críticas foram muito positivas, o que poderá ser um bom indicador.



Havoc – The Hundred Years War
É um card game e cada vez gosto mais deles. O jogo tem um excelente aspecto e o tema é deveras atractivo. Os card games são óptimos para iniciar os mais cépticos nestas andanças. Para além disso ninguém resiste a uma boa cartada.
Pelo que vi, o grafismo é imaculado. Para um apreciador da idade média como eu e de tudo que a rodeia, este jogo leva-me à tontura. Reparem só na beleza destas cartas. Como a minha namorada também é uma fervorosa adepta de tudo o que diz respeito a este período é natural que me faça companhia nas jogatanas.
Jogo que introduz conceitos do Poker e por conseguinte uma grande dose de bluff.
A ver vamos.



Byzantium
Pronto, eu sei, é outro Martin Walace. Desconfio, com a quantidade de títulos que vai introduzir no mercado, o seu objectivo possa ser enriquecer o mais rapidamente possível. O rapaz trabalha que se farta.
De Byzatium pouco se sabe. Parece que o objectivo anda à roda da defesa do império bizantino dos inimigos Árabes. Para que o objectivo seja cumprido é necessário uma cooperação entre jogadores. Seja como for não faltam as rotas comerciais, os camelos, as tropas de elite e a tomada de cidades. A tomada de cidades é um dos objectivos que rende pontos de vitória, mas estes diminuem quanto mais vezes a cidade mudar de mãos.
Tudo o que envolve contextos históricos merece a minha atenção e Byzantium não vai fugir à regra.







Bom Natal!