22 setembro 2005

Session Report: El Grande

Com as eleições Alemãs ainda quentes, a vontade de experimentar o, há muito aguardado (e recém chegado) Die Macher era mais do que muita. O problema é que o Die Macher não é um petiscozito, que se consiga saborear no intervalo da telenovela, com uma imperial. Não, o Die Macher é uma refeição completa, com entrada, prato principal e sobremesa, que exige um bom vinho alentejano, dedicação, empenho e o estômago de aço que só um gamer experiente pode ter.

Assim sendo, esperávamos que os deuses criassem as condições para que pelo menos 4 gamers de barba rija e pêlo na venta, estivessem disponíveis para agarrar o animal pelos cornos. E a ocasião surgiu nesta quarta-feira: o mulherio estava ausente num jantar qualquer, daqueles de mulheres (para celebrar a coleção nova da Zara, ou coisa do género) e o Gonçalo tinha a casa disponível para uma sessão! Era a oportunidade perfeita e, por isso, agarrámo-la com as duas mãos, os dois pés e os dentes! Só convocámos os melhores entre os melhores, a nata da comunidade jogodetabuleireira Portuguesa: eu, o Hugo, o Gonçalo e o Oliveirinha.

O procedimento foi o habitual: pizza, para o jantar ser cedo e indolor, para podermos dar inicio ás festividades por volta das 20.30h. Assim, em teoria, tínhamos tempo para domar a besta e ainda ir para a cama a horas decentes, para conseguirmos ser produtivos nos empregos, no dia seguinte. Ou, pelo menos, dormir o suficiente para conseguirmos parecer produtivos nos empregos, no dia seguinte.

É nesta altura que alguém pergunta: "ouve lá, ó sua espécie de gnu siberiano com problemas de memória, então eu comecei a ler esta porcaria, porque sou um grande fã do El Grande, e tu só me falas desse Die Macher, que eu nem sei o que é, embora esteja com uma sensação, dificil de explicar, que é alemão?".

E a resposta, é simples: caluda, que já lá chegamos!

Bom, como eu estava a dizer antes de ser interrompido, tudo estava a correr sobre rodas e parecia que o aguardado Die Macher ia finalmente fazer a sua estreia numa mesa deste país...até que, subitamente, um factor inesperado veio dar cabo do planeamento, feito com tanto amor: um dos tais supostos gajos de barba rija, não aguentou a pressão e acobardou-se! Foi um espectáculo degradante! Ali, à nossa frente, vimos um gamer orgulhoso e altaneiro, transformar-se numa pasta disforme e incapaz de se pôr de pé, no meio de pedidos de desculpa, muito choro e muita sensibilidade.

Juro que quase ouvi o "YMCA", como música de fundo, enquanto este triste espectáculo se desenrolava perantes os meus olhos. Este está completamente perdido para esta vida!

Não vou revelar o nome do infeliz, mas não posso deixar de dizer que o cobardolas é um dos 2 colaboradores deste blog...e não sou eu!

Bom, seja como fôr, depois da desistência do Hu...do gajo que se transformou numa menina chorona e se cortou, resolvemos convocar um supente à altura! Optámos pel o Miguel, que já andava há uns tempos a treinar bem, e merecia esta oportunidade.

O seu desempenho excedeu as expectativas e a falta do Hu...da florzinha lacrimejante, não foi sentida de todo. A única consequência, em termos práticos, foi termos sido obrigados a deixar o Die Macher para outra ocasião (porque com isto tudo, perdemos imenso tempo) e jogar El Grande (um dos meus jogos favoritos) em vez disso.

E o jogo correu muito bem! Inicialmente fui vitima de um ataque traiçoeiro do Gonçalo (que não passa de uma víbora mal cheirosa), que tentou ganhar a maioria em Valencia, a minha província-base, tentando assim privar-me do bónus do Grande. Feito parvo, desperdicei montes de recursos para me defender e isso acabou por ter consequências importantes, no meu desempenho inicial.

Por outro lado, o Oliveira e o Miguel (que fez um inicio de jogo muito bom), livres destas quezilias estérieis, destacaram-se rapidamente. A partir do turn 4 ou 5, o meu jogo já estava mais ou menos assente e comecei a recuperar alguma da distância. Usei uma carta que permite alterar o valor de uma província, para escavacar a província onde o Gonçalo e o Miguel disputavam o primeiro lugar. Isso teve um efeito devastador no jogo do Miguel, que tinha os sues caballeros concentrados num punhado de províncias-chave, em vez de usar uma estratégia mais dispersa. O Gonçalo sentiu menos este golpe, precisamente por causa disso.

Quem, por esta altura, não só não sentia nada, como ia feliz da vida lá na frente, era o Oliveira que, ainda para mais fez uma mão cheia de pontos com uma jogada de mestre. Optou por fazer a acção, em que cada jogador escolhe uma região com o secrecy disk e depois é feito o scoring de todas as que não tiverem sido escolhidas mais do que uma vez, para depois, perante a minha pressão para alguém escolher a região mais lucrativa dele (para impedir que ele fizesse os pontos) nos fintar a todos e escolher outra. Resultado: não só ganhou a região mais lucrativa, como ainda ganhou a outra que escolheu. Foi com essa carta que ele ganhou o jogo.

Eu e o Gonçalo fizemos excelentes pontas finais. Ele ia conseguindo apanhar o Oliveira (mas um erro de cálculo no scoring do castillo, acabou por deitar tudo a perder) e eu, não só ultrapassei o Miguel, como me aproximei perigosamente dos 2 primeiros.

Resultado final: Oliveira triunfador, Gonçalo em segundo, a pouca distância, eu em terceiro, também relativamente perto e em último, um bocadinho mais destacado, o estreante Miguel.

As reacções ao jogo foram muito positivas (só eu e o Gonçalo é que já tínhamos jogado) por parte de todos os participantes e ficou prometida uma nova sessão para breve. O Miguel, o rookie nestas andanças jogodetabuleirescas, ficou cheio de água na boca e está disposto a abandonar a mulher e o filho que aí vem, em caso de nova sessão...bom, ou quase!

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