25 junho 2007

And the winner is...

Zooloretto, de Michael Schacht!
Agora, só por causa dessa, vou ter que colocar uma review sobre o Yspahan brevemente! Aguardem-me!

12 comentários:

Unknown disse...

Existe explicação para tal escolha????

zorg disse...

O júri deve ter considerado que era o melhor jogo, dentro dos critérios que normalmente segue (jogos de complexidade baixa/média, apelativos para as famílias, com componentes de qualidade e um elevado factor de diversão. Aqui normalmente não se premeiam os grandes "brainburners", mas sim aqueles jogos com um apelo mais generalizado. Os jogos mais complexos deste ano (Imperial, Notre Dame, ...) ficaram-se pela lista dos recomendados.

Tenho pena que o Yspahan não tenha ganho, mas é assim mesmo. Este Zooloretto também é de um autor com créditos firmados, o Michael Schacht (China/web of power, Hansa, Coloretto, ...) e é provavelmente um jogo divertido e que cumpre os critérios. :)

Unknown disse...

portanto, quanto mais comercial, melhor?

zorg disse...

Para o júri do Spiel des Jahres, pode-se dizer que quanto mais adequado a um determinado sector do mercado (o das famílias), melhor. Mas atenção, que o facto de ser um jogo familiar, não quer dizer que seja um jogo mau! O Yspahan, o Thurn und Taxis, o Catan, o Carcassonne, ou o Blue Moon City, para citar só alguns, assim de memória, são jogos que cumprem os critérios normais do júri do SdJ e são excelentes jogos, na minha opinião.

Há outro prémio, o Deutsche Spiel Preis (DSP), que é atribuído através de uma votação na net e que, tradicionalmente, costuma premiar jogos mais complexos e com um apelo comercial menor. Mas atenção que, na minha experiência, o júri do SdJ raramente escolhe maus jogos. Vencedor, nomeados e recomendados, normalmente são boas propostas que valem bem a pena. Eu, pela minha parte, não vou deixar fugir a oportunidade de experimentar este zooloretto, se ela se proporcionar. :)

Duarte disse...

Viva o Yspahan que tenho lá em casa para estrear!

Azulantas disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Azulantas disse...

Apesar de apenas ter assistido a um jogo pelo canto do olho enquanto jogava um Power Grid aqui à umas semanitas atrás, posso garantir-vos que todos os jogadores envolvidos estavam bastante entusiasmados.

Para quem, como eu, cresceu com os SimGames (SimCity, SimTower, The Sims, etc), o facto de este Zooloretto trazer consigo essa premissa da gestão e desenvolvimento de uma infraestrutura (neste caso um Jardim Zoológico) é imediatamente apelativo.

E depois à a integração das mecânicas doutro jogo já de si bastante popular (Coloretto), e por fim um tema universalmente bem aceite (os animais).

Se não fosse o Thurn and Taxis ter ganho este prémio o ano passado, seria capaz de jurar que o juri SDJ não falha.

Mas como refere, e bem, o Michael Barnes no blog Fortress: Ameritrash, o facto de que o hobby dos Boardgames está a situar-se num grupo demográfico mais adulto, percebe-se que a maioria dos jogadores destes jogos que se expressam na net em blogs, forums, podcasts e outros sites/formatos, tendam a preferir os tais jogos com "mais cabedal".

Será que o Zooloretto irá sofrer discriminação por parte dos boardgamers devido ao seu tema "supostamente" infantil?

zorg disse...

Eu por acaso acho que os gamers mais maduros acabam por preferir jogos mais limpos e mais próximos do que o júri do Spiel des Jahres normalmente premeia e mais longe do ameritrash que o Michael Barnes preconiza.

Não é por acaso que no maior mercado de jogos do mundo e o único que eu conheço em que os jogos de tabuleiro são uma actividade verdadeiramente famíliar, o alemão, os jogos que mais vendem são precisamente os middle weights, bem desenhados, como suponho que seja o caso deste Zooloretto. E isto acontece porque os jogos mais complexos normalmente demoram mais tempo, quer a jogar, quer a aprender as regras e, como qualquer pai ou mãe pode confirmar, tempo é uma coisa que não abunda nas famílias modernas.

Azulantas disse...

Daí que todos estivessemos à espera que o vencedor fosse o Yspahan, certo?

Mas o problema é mesmo esse, se na alemanha (e possivelmente frança e itália) o producto "Boardgame" é fortemente "marketado" junto do comprador "famílias", em Portugal - tal como no Reino Unido - ele não é "marketado" at all.

E por isso o comprador de Boardgames nestes países é tipicamente masculino, adulto com independência económica e um certo grau de educação.

Isto reflecte-se automáticamente nas suas escolhas e preferências.

Nos USA o problema é diferente, havendo uma divisão etária profunda nos tipos de jogos que são direccionados para diferentes faixas etárias (CCGs para teenagers; boardgames para jogadores mais maduros).

Temos assim 3 paradigmas diferentes, todos com as suas vantagens e desvantagens. O modelo português (e britânico) é aquele que mais potencial de desenvolvimento tem.

zorg disse...

Só que o modelo português não é um modelo, é só um reflexo do ponto em que está o mercado, acho eu.

A alemanha é o objectivo para onde se caminha e onde se vai chegar daqui a uns anos, acredito eu, se os jogos de tabuleiro forem um sucesso. Assim que o mercado ganhar dimensão, é para nas famílias que os agentes centrarão as suas atenções, porque é aí que há potencial para vender muito.

Unknown disse...

Não precisas de ir muito longe, basta ver que as grandes superficies só encomendam jogos de venda em massa, como o monopólio, o risco, trivial, etc... Neste momento começam a aceitar coisas um pouco mais modernas, como o settlers, que na verdade são jogos simples, familiares e divertidos. Todos os outros continuam a ser vendidos em lojas mais especializadas como a Fnac. A tendência vai continuar dirigida para os party games e jogos infantis. Não acredito que os jogos mais complexos entrem no mercado de massas tão cedo e isto se alguma vez entrarem.
Até percebo porque um jogo como o zooloretto possa ter ganho este prémio, pois a alemanha, como já disseram está a tentar desbravar um caminho para a educação dos jogos de tabuleiro e para isso tem de conseguir a confiança do mercado. Ainda vai demorar alguns anos até conseguirmos ver um imperial nas prateleiras de um hiper. Já um puerto rico...

soledade disse...

É natural que o prémio seja atribuído a um jogo familiar. Mas eu não acredito só nessa ingenuidade do prémio pelo prémio. Eu acho que os lobbies do mercado, sobretudo alemão, funcionam nestes casos. Já antes falei do facto de ter semelhanças com os óscares e acho que é um bocado verdade. Pelo menos no que respeita aos lobbies.

De quando em vez, tem de ganhar um jogo da hans im gluck (e são bons de facto). O Puerto Rico não venceu mas depois, o thurn and taxis foi logo a seguir. Porquê. Para mim, o jogo premiado foi o P. Rico através do Turn and Taxis.

A Alemanha tem Thurn und Taxis à venda em cada esquina, quiosque, papelaria, loja de brinquedos... e a cerca de 14/15€. Ou seja, o vencedor ganha um boost de mercado absolutamente assustador.

É verdade que os jogos que vencem são, normalmente, bons. Mas também é verdade (não é que eu tenha provas...:)) que os lobbies da indústria fazem esta ou aquela escolha pelos bastidores. IMO