03 janeiro 2008

As melhores sessões de 2007

Em relação a jogos, que é o que interessa para este espaço, considero que 2007 foi um ano a dar para o fraquinho. Nada de extraordinário aconteceu no panorama nacional e internacional que merecesse grande alarido. Não é de todo surpreendente. Afinal foram 12 meses que correram mal para quase tudo. Para o cinema, para a música, para a economia, para a política, para a justiça, para o Benfica…
Ironicamente, 2007 foi o ano em que acabei por jogar mais do que é costume, primeiro porque o número de jogadores cresceu bastante ao meu redor e também porque há mais disponibilidade de todos para perder umas boas horas com uma partida.
Apesar desta tendência positiva, 2007 é contudo marcado com a minha consciência de saturação pessoal no que toca a este hobby. A verdade é que começo a sentir que a maioria das sessões nem sempre é divertida e a magia de outrora perdeu-se no meio de tanto jogo. Esta luta de acompanhar as novidades e jogá-las umas a seguir ás outras fez-me pensar na vida e no caminho que quero para mim enquanto jogador. Infelizmente aconteceu aborrecer-me no meio de muitos jogos, isto apesar de até compreender os seus méritos. No Phoenicia, no Race for the Galaxy, Yspahan, Reef Encounter ou o El Capitan. Jogos que tiveram um sucesso incrível entre o meu grupo mas que não me disseram absolutamente nada.
Mas nem tudo ficou perdido. Afinal no meio do enfado, apareceu um jogo que me fez voltar às emoções perdidas. Chama-se Kaivai e é pena que esteja tão escondido dos jogadores. No meio de tanto marasmo, dou os parabéns ao Zorg por ter conseguido descobrir esta beleza que, ou muito me engano, ou vai ser esquecida para sempre quando esgotar a corrente edição. O que é uma pena.
Como habitualmente faço nestes primeiros dias de ano novo, dou as minhas vivas às melhores sessões do ano que passou. Desta vez tive que pensar um bocado, mas lá consegui arranjar as dez e, acreditem ou não, são dominadas pelos clássicos de sempre. Outra vez!

1 – Die Macher
Pode parecer ridículo, mas a melhor sessão do ano, para mim, foi um jogo que não chegou ao seu fim. Fizemos três rodadas até nos apercebermos que utilizámos um sistema de pontuação que inflacionava de tal maneira o resultado que comprometia de forma decisiva o restante da partida. Tivemos, com mágoa e dor, de a dar sem efeito, mas apesar da tristeza de termos de arrumar tudo sem chegar a um veredicto quanto ao vencedor, foram 3 rodadas de profundo rebuliço emocional, onde houve uma descoberta arrebatadora que nos fez sair do mundo real e nos colocou 100% concentrados naquelas eleições. É este o grande mérito de Die Macher. Fazer sentir ao jogador que é secretário-geral dum partido.
Na mesa, havia cartas espalhadas, dinheiro, cubos, canetas, papéis, tiles, etc. Die Macher é um jogo pesado (para todos os efeitos só a explicação das regras demora uma hora a que se deve juntar mais 3 de jogo) e até repetitivo na forma como se processa, mas tudo nele é saboroso e inteligente.
O jogador tem de ter cuidado com o jogo dos outros, tem de lixar os outros, aliar-se aos outros, comprar sondagens, leiloar e pensar em 50 coisas ao mesmo tempo. Apesar de ser um jogo tido como gamer’s game, tem o atractivo que poucos jogos deste tipo têm, é um regabofe pegado. Consegue conciliar o divertimento com o desafio.
Tem a desvantagem de demorar muito tempo e também de precisar de 5 pessoas para se tornar interessante. Mas raios, se é para jogar a sério, jogue-se a sério.

2 – Imperial
Para muitos tido como o jogo de 2006, seria de mau tom não o referir aqui. Até porque merece bastante a fama que tem. Se foi em 2006 que viu a luz do dia, foi só neste ano que foi jogado e apreciado convenientemente por todos. Teve até o mérito de conseguir que, num espaço de 60 dias, fosse jogado 3 vezes, coisa que é um recorde absoluto na minha experiência de vida.
Porrada económica e militar a dar com um pau, sentido de oportunidade e a feliz sensação de que a única coisa que interessa mesmo é o dinheiro, faz deste Imperial uma experiência única e sempre excitante. Os componentes são maus, mas o jogo é bom. E então se tiver bom vinho a acompanhar, é como ir ao céu e vir.

3 – Notre Dame
Este é pois, para mim, o jogo de 2007, muito embora ainda não tenha experimentado o muito aguardado Brass, que todos os wallaccianos têm em boa conta. Numa época em que a expressão “interacção indirecta” se tornou chique e entrou no léxico de todos, muitas vezes pelas piores razões, Notre Dame dá uma lição de como um jogo com pouca interacção se podem tornar numa experiência única, cheia de decisões difíceis e tormentosas e onde os adversários não são precisos para nada. Gosto dele porque é antítese de tudo aquilo que espero dum jogo. Sou um acérrimo defensor de muita interacção e de muito falatório na mesa. Aqui não há nada disto. Mas está tão bem feito que, depois de 5 minutos a tentar gerir uma mão, só queremos que tudo acabe o mais depressa possível e que ninguém fale connosco.
Grande jogo este!

4 – Struggle Of Empires
Nem mais. Fiz uma promessa a mim mesmo. Aconteça o que acontecer, terei de fazer anualmente uma sessão de Struggle. Já vou no 3º e cumpri sempre o estipulado. Sou um gajo de palavra.
Contudo, nem sempre é uma tarefa fácil. 5 horas é um tempo brutal de jogo. Felizmente os adeptos desta obra-prima vão-se revelando e cada dia que passa aparece mais um. Agora que a malta de Oeiras conheceu o brilhantismo desta maravilha, até já se consegue fazer uma partida com o nº máximo de jogadores permitidos (7).
Struggle Of Empires é um dos meus preferidos e todas as palavras que possa gastar para o definir pecam por escassas. Sou até capaz de dizer, com a convicção dos velhos capitães, que se só pudesse fazer uma sessão por ano, escolheria de caras Struggle of Empires para o efeito.

5 – Taj Mahal/Princes Of Florence
Depois de ter sido vedada a entrada a bebidas alcoólicas em casa do Zorg, era necessário alguém fazer as despesas e ressuscitar de alguma forma as tardes de jogatana.
Claro que só um Homem como eu era capaz da tarefa. E foi o que aconteceu. Uma bela jogatana, com vinho do bom (oferta do Luís) e queijo saboroso.
Os jogos foram jogados com calma, no meio de confraternização e de boa música e o momento ficou marcado.
Afinal não é por causa disto que jogamos?


6 – Ticket To Ride: Marklin edition
Obrigatório. Se é uma lista das melhores sessões que se pretende elaborar, Ticket To Ride aparece sempre. Dá-me um gozo do caraças convidar um amigo que nunca jogou e pô-lo em contacto com Ticket to Ride.
O resultado, como toda a gente deveria saber, é fácil de adivinhar.


7 – Carcassonne: The Castle
Este é dos poucos jogos que me conseguiu enganar. Não tive boa impressão quando o comprei. Mas como era o único jogo para 2 jogadores que tinha em casa lá o fui jogando. E sabem que mais? Acabei por me render. É divertido, não exige grande concentração e tem algumas decisões interessantes. Óptimo para jogar com a cara metade e não só. Foi um dos mais requisitados este ano e merece o respeito devido. Afinal é um Knizia.

8 – Glory to Rome/Princes Of Renaissance
O dia foi de despedida de solteiro. Tinha prometido dar o nó e a despedida foi uma longa e farta jogatana. Entre o encanto de Glory To Rome e a mestria de Princes, derramou-se vinho e festejou-se. Deu tempo para alguns jogos de Pró Evolution e ficamos todos convencidos que não há nada como a vida de solteiro.
Foi bom voltar a jogar Princes Of renaissance. Já tinha saudades e até me tinha esquecida como o jogo é tão bom.
As más noticias é que a nova edição, que era para sair agora, ficou suspensa até quando Deus quiser.
Mas o casamento está a correr bem!



9 – Formula Dé
Finalmente lá consegui arranjar malta para uma corrida. Tinha saudades. E o jogo foi engraçado, com muita emoção e com o Violão a marcar presença, esse grande defensor do Nélson Piquet.
Três horas de corrida foram suficientes para sairmos de lá com o coração aquecido e com a sensação que não é preciso complexidade para haver diversão.
Normalmente as coisas mais simples são também as mais puras.



10 – Street Soccer
Mais uma surpresa. Street Soccer fez-me voltar aos jogos online depois da paranóia pelo Tigris e também Walleinstein. Jogo torneios, faço jogos com jogadores de todas as partes do mundo e, neste momento, tenho para aí 50 jogos a correr. Não me consigo cansar.
O jogo é simples, tem sorte envolvida e futebol como tema. Joga-se em 10 minutos e é difícil não se fazer a desforra logo a seguir a uma derrota.
Depois tem aquela particularidade deliciosa: quanto mais se joga, mais difícil é marcar a porcaria dum golo.

14 comentários:

zorg disse...

Estava a pensar no assunto e já acho que já descobri o teu "problema": como jogas pouco, comparativamente, acabas por não acompanhar a evolução do pessoal nalguns jogos e estás num patamar muito diferente do resto do pessoal, quando os jogas.

É por isso que te dá gozo jogar quando jogas o jogo nas primeiras sessões. Toda a gente está mais ou menos ao mesmo nível e o jogo dá-te pica. Foi o que aconteceu com o Kaivai, com o Indonésia, com o Notre Dame e até com o Street Soccer.

Quando apanhas jogos em que o pessoal já está um bocado rodado, acabas por ser vítima disso e és naturalmente massacrado. Isso deixa-te um compreensível amargo de boca, já que jogar um jogo complexo pela primeira vez contra pessoal que já o joga relativamente bem, é sempre uma chatice, embora seja muitas vezes uma chatice inevitável.

Estou convencido que se jogares alguns desses jogos que citas como exemplos de falta de interesse mais vezes, vais acabar por ter uma agradável surpresa.

Eu estou no pólo oposto a ti: acho que 2007 foi o melhor ano até agora a vários níveis. Foram lançados vários jogos excepcionais este ano e joguei outros mais antigos pela primeira vez que também me encheram as medidas.

Mas isso fica para o meu post sobre os melhor de 2007, que aí vem. :)

Hugo Carvalho disse...

Essa afirmação se tivesse sido escrita há uma semana, e não quero estar a exagerar, era talvez a tirada mais inteligente que tiveste em 2007.
No entanto acho que só no Phoenicia é que senti isso. Nos outros jogos nem por isso. Em ralação ao galaxy e o yspahan é por terem pouca interacção, o reef e o El capitain porque exigem grande concentração e convidam ao silêncio.
Contudo, vejo-lhes os méritos, mas eu particularmente não me entusiasmo.
Gosto de jogos mais descontraídos. E não me consigo descontrair com eles.

zorg disse...

Mas repara, se fosse só um problema de pouca interacção, como explicar o teu gosto - justificadíssimo, diga-se - pelo Notre Dame, que mesmo em interacção indirecta, não é dos jogos mais generosos?

Eu acho que tenho a resposta: como no Notre Dame evoluíste ao mesmo tempo que nós, todos os jogos foram tensos e interessantes para ti, porque tiveste oportunidade de os disputa a todos até ao fim. E lembro-me que vários jogos foram decididos mesmo no photo finish (acho que até empatei uma vez, não sei se contigo, se com o Luís). Se tivesses apanhado o comboio em andamento, como aconteceu por exemplo com o Phoenicia, tinhas apanhado uma coça lendária (e o Notre Dame também é daqueles jogos em que um jogador experiente dá grandes tareias em novatos) e como nem sequer é o tipo de jogo que tu estás predisposto a apreciar (não tem muita interacção, directa ou indirecta, nem é do Wallace), provavelmente já o terias mandado às urtigas e hoje estarias a escrever aqui que o Notre Dame também não te tinha enchido as medidas.

É como te digo, estou perfeitamente convencido que se deres mais algumas hipóteses a alguns dos jogos que não te encheram as medidas vais ter algumas agradáveis surpresas.

Dou-te uma sugestão: antes de colocares esses jogos de lado definitivamente joga-o as vezes que forem necessárias para conseguíres ganhar. Se depois de ganhares ainda não gostares do jogo, então enterra-o definitivamente, mas não o faças antes.

Estou convencido que se jogares qualquer um dos jogos que referes vezes suficientes para o conseguíres ganhar, vais mudar a tua apreciação desse jogos na maioria dos casos e não por teres ganho. :)

Duarte disse...

Desculpem interromper a vossa conversa ... mas cheirou-me a Struggle of Empires com 7 jogadores :) Para quando é que se marca isso então? Abraços!

soledade disse...

De dentro desse desconsolo uma coisa me chamou a atenção: Kaivai

O Costa tem o jogo, já o jogámos uma vez (com as regras muito erradas, a la Costa) mas achei-o um bocadinho obtuso. Obtuso, no sentido em que aquilo não coisava nem saía de cima e estivemos 3 horas a jogar e aquilo não andava para lado nenhum. Eu bem sei que jogámos mal mas, quanto tempo demora um jogo daqueles? Para vocês, digo?
Ah! e a caixa do jogo é uma obra prima. Já disse ao Costa, se o jogo não prestar, pendura-o!

Hugo Carvalho disse...

Ando a chatear-me muito facilmente com os jogos.
Sou um jogador que reage a estímulos, como os putos. Isto pode parecer um pouco complexo e na verdade até é, mas há uma razão de ser em toda a teoria. Apercebi-me que me atraem jogos em que se olhe para o tabuleiro e se sinta alguma coisa. É um sentimento infantil, eu sei e até pode ser considerado amaricado, mas a sensação de conseguir usar os sentidos todos na porra dum jogo é extraordinário.
Eu explico melhor. Ontem enquanto estava a jogar Brass e olhava para o tabuleiro e vi toda a dinâmica que o mestre Wallacce criou para nós jogadores, comecei a cheirar o carvão, a ouvir a azafama dos portos, a ver a água dos canais a ficar poluída e a sentir o ouro nas mãos. É um bocado como aquela sensação que se tem quando se joga ao Age of Empires np PC e passamos a revista ao império e vimos os bonecos a construir casas e sacar ouro da terra, etc. Ao olharmos para isso sentimos que estamos a criar alguma coisa, que conseguimos pôr a máquina a trabalhar. Na verdade somos estimulados.
Eu sinto essa necessidade num tabuleiro. Rairoad Tycoon, Ticket to Ride, Formula Dé, Shogun, Kavai, Struggle of Empires, etc e os jogos de guerra também têm esse atractivo. Daí serem jogos que adoro jogar e fazem todos os outros parecerem banais.
Daí parte das grande revelações do ano como Yspahan ou Phoenicia não me terem dito nada. Aquilo é chato, pronto. Preciso de mais do que cubos e tiles postas num pedaço de cartão. Preciso que eles tomem forma e ganhem vida.
Não é de estranhar que sinta uma sincera e motivante vibração com os jogos do Wallacce. Ele sim, é o grande fazedor de sonhos. (pá, acho que me excedi)

Shiva:
Com tanta gente interessada no Struggle, não admito jogar com menos de 7. Quando estiver na hora farei a devida convocação.

Soledade:
É um jogo rápido. julgo que 90/120 minutos chegam.

zorg disse...

#hugo

Continuo na minha: acho que toda essa conversa das peças ganharem vida e mais não sei o quê, é mesmo isso, conversa. Continuo a achar que o que te pode diminuir o interesse num determinado jogo é ser-se massacrado por se estar a jogar com jogadores muito mais experientes. Mantenho a minha firme convicção que, se jogares um desses jogos que não te despertaram muito interesse, um número de vezes suficiente para o conseguires ganhar, vais passar a apreciá-lo bastante mais, não pelo facto de teres ganho, mas porque nessa altura terás concerteza assimilado muito mais do jogo. Por exemplo, não sei se terias visto o carvão, o fumo, os engolidores de fogo, os anões e toda essa magia que dizes que viste no tabuleiro do brass (e eu não vi, mas também não ando a tomar a mesma medicação que tu) se tivesses jogado aquilo contra gajos muito mais experientes e tivesses sido massacrado sem apelo nem agravo ainda antes de perceberes o que te estava a acontecer, como aconteceu no Phoenicia.

#soledade

Também ainda só jogámos Kaivai uma vez, mas o jogo foi muito interessante. Faz lembrar o Puerto Rico (também há um ciclo produzir->vender por dinheiro ou trocar por pontos), mas mais complexo e, principalmente, com um mapa onde se desenrola a acção e que lhe dá uma componente de manobra e jogo posicional interessantíssima. Tem alguns pormenores brilhantes, como a inflacção e o mecanismo de selecção das acções (as mais escolhidas vão ficando mais caras) e parece muito equilibrado. Eu acho que um tempo de jogo razoável, para as primeiras vezes deve rondar as 3 horas, mas acredito que com a experiência isso baixe um bocado. Nós demorámos mais ou menos isso: 3 horas e pouco, mas com explicação de regras pelo meio.

Hugo Carvalho disse...

Sim.
E sentes o cheiro do peixe e consegues visualizar os pescadores nos barcos ao por do sol.

Carlos Abrunhosa disse...

Admiro a forma poética como vocês dialogam!

Para quem não vos conhece pessoalmente acho que vocês andam zangados, se isso for verdade, façam o favor de fazer as pazes em redor de uma mesa a jogar um jogo em que tenham o mesmo nível.

Agora mais seriamente, tenho receio que um dia venha a sentir essa sensação em relação aos jogos que o Hugo sente - desilusão, desgosto, amargura?

Ainda à tempos comentávamos no nosso blog, penso que como o Soledade, que o mais importante no jogo é chegar ao fim e sentir que valeu a pena jogá-lo, divertimo-nos, ficámos melhores! Lógico que ganhar de vez em quando é muito importante, mas mais importante ainda é tomar consciência que o mais importante são os amigos! No fim o jogo pode arrumar-se na prateleira e comprar-se um novo, as amizades não se comprar, conquistam-se!
Abraço malta! Parabéns pelo vosso trabalho aqui no blog.

Costa disse...

Tenho de repetir o KAIVAI. Vou voltar a pegar nas regras e ver o que correu mal.

Hugo Carvalho disse...

Faz isso porque vale a pena. É daqueles jogos que sentes que estás sempre envolvido e que as tuas acções contribuem bastante para o desenvolvimento do jogo, independentemente da posição que ocupes no tabuleiro.
Eu gostei bastante. Existe apenas um aspecto que não sei se pode ou nao estragar o jogo, que é o gajo q vai em primeiro ser o ultimo a leiloar.
Mas a primeira experiência foi muito boa e perdi o jogo com varios pontos de atraso. O que, atendendo à teoria do meu companheiro de escrita, que eu não gosto de jogos em que perco, poderá querer dizer muita coisa.

zorg disse...

>Existe apenas um aspecto que não sei se pode ou nao estragar o jogo, que é o gajo q vai em primeiro ser o ultimo a leiloar.
-
Hmmm... isso poderia estragar o jogo porquê, exactamente?

Hugo Carvalho disse...

Partindo do principio que o ultimo jogador a leiloar tem menos escolha e portanto está em pior posição, ter de estar nessa posição durante varios turnos pode originar dificuldades na sua estratégia (comprar cabanas sempre mais caras por exemplo). E isso aconteceu no nosso jogo porque ganhei imensos pontos numa primeira fase e fiquei imensos turnos em primeiro, sendo obrigado a ser o ultimo a leiloar. Isso até acabou por ser determinante, porque o vencedor comprou imensas cabanas a uma moeda, alargando a sua influência.
Mas pronto, provavelmente numa 2ª joga que fizermos já deveremos jogar com atenção a esse factor e poderemos avaliar a verdadeira dimensão dessa regra.
Por acaso devo confessar que estou com alguma curiosidade.

zorg disse...

Pois, mas é precisamente esse o objectivo da regra: penalizar um pouco quem vai em primeiro.

E o pato passou para primeiro substancialmente antes do final do jogo. Ou seja, apesar da regra passar a afectá-lo a ele, não teve problemas em lidar com isso. Até acho que quando comprou aquelas cabanas todas baratas, já estava em primeiro e foi o último a escolher, ou seja, nós é que fomos paparucos (o que é normal, visto que era o primeiro jogo).

Não me parece, sinceramente, que a penalização seja exagerada. E isto porque me parece que sobram sempre boas opções para o gajo que está em primeiro, mesmo depois dos outros todos escolherem, porque tanto pode ser bom escolher um valor alto, ou um valor baixo. A situação do jogo e o que o jogador pretende fazer a seguir é que ditam qual o melhor bid.

Pode é ser necessário fazer alguns ajustes à estratégia em função do que sobra (por exemplo: "ia pescar nesta jogada, mas como consegui cabanas baratas, vou aproveitar para construir agora as cabanas e pesco na próxima")... mas isso é uma coisa positiva.

Mas concordo contigo numa coisa: temos de jogar isto outra vez rapidamente! :)