12 julho 2007

Crítica: Taj Mahal

Depois do fiasco que constituiu a última tentativa do Zorg em organizar uma tarde relaxante de jogos de tabuleiro (vide Session Report de Indonésia) foi altura de eu me chegar à frente e criar eu próprio um encontro de jogadores.
Devo dizer que a altura não era a mais indicada. Fazia muito calor e muita gente convocável estava de férias. Alguns coitados desesperavam em casamentos por essas quintas afora e outros, mais afortunados, preferiam estar na praia a tomar banhos salgados e a olhar as novas tendências em bikini. Mas com calma e alguma perseverança lá encontrámos 4 desocupados para a jornada. O grupo que apareceu nas minhas instalações foi muito sui generis uma vez que abrangia elementos de grupos de jogo diferentes o que até veio a dar um toque especial e de charme à tarde de Sábado.
Antes de mais deixem-me realçar a qualidade da organização. Havia de tudo. Vinho do bom e do muito bom (Monte da Peceguina cortesia do Luís), queijo, música como deve ser (de Walkabouts a PJ Harvey), boa disposição e o cumprimento escrupuloso dos horários estipulados.
Como podem tomar conhecimento, nos aposentos do Hugo não se cria o regabofe normal de algumas casas de má fama onde não há bebida, não há comida e o jogo começa quando Deus quiser. Além disso as sessões em casa do Hugo são conhecidas pela inteligente escolha de jogos atendendo sempre á temperatura ambiente, aos elementos presentes e também a disposição de cada um.
De maneira que, mediante os 30 graus de Sábado, os 4 elementos e o belo vinho que veio para a mesa, nada melhor que um Taj Mahal e um Princes of Florence.
O resultado não podia ter sido melhor, com os convivas a mostrarem a sua espirituosidade e também a contribuírem para jogos equilibrados e dinâmicos.
O único defeito foi a escolha musical não se coadunar com os jogos. A sessão pedia música tradicional indiana para a obra do mestre Knizia e uma música barroca para a obra do Kramer. Mas para a próxima esse mal será suprimido. Mas tal decisão é sempre difícil de tomar devido aos ouvidos rústicos do Zorg que não sabem apreciar o que é bom. Ao contrários das suas pupilas gustativas que deliraram com o vinho servido.
- Tá bom o vinho? Em tua casa não há disto!


Mas contrariamente ao que muitos dos leitores pensam, e contrariamente aquilo que merecia, não fui eu o rei da festa. Esse papel foi destinado ao grande Reiner Knizia e à monumental partida de Taj Mahal que fizemos. Já tinha jogado uma vez mas, na altura, não tinha descoberto as potencialidades do jogo. Já se sabe, estava em casa do Zorg, a garganta estava seca a barriga vazia, etc, etc...mas agora, com esta segunda partida e perante o ambiente perfeito para a prática da mesma, apercebi-me que estamos perante outra bomba do mestre alemão e talvez não seja exagerado apontá-la como uma das 3 obras mais emblemáticas deste designer.
Explicar o jogo não é tarefa fácil, por isso cá vão alguns dos conceitos gerais para que percebam a maravilha de que estamos a falar.
- Querem mais vinho? E queijo? Aproveitem agora!

O Mapa divide-se em 12 regiões. Cada região tem 4 cidades. Cabe ao jogador, colocar palácios seus nessas cidades. A colocação dos palácios é feita região a região, segundo uma ordem estabelecida, ou seja começando na região 1 até à 12 (a escolha das regiões para esta ordem é aleatória).
O jogador ao conseguir colocar o seu palácio numa cidade está a ganhar um ponto por defeito. No entanto, existem cidades que possuem tiles em que a acção de colocar o castelo pode render 3 pontos, sacar uma carta a mais do baralho ou então arrecadar uma mercadoria (arroz, chã, café). Estas mercadorias como é bom de ver também rendem pontos e quantas mais houver no pecúlio individual mais elas rendem.
As cidades junto ás fronteiras com outras regiões valem apenas um ponto, mas têm um valor estratégico significativo pois permitem ao jogador a possibilidade de num futuro (se este jogar com a cabeça e não com o coração) conseguir fazer uma rede de palácios inter-regional que lhe pode permitir ganhar o dobro ou o triplo dos pontos que ganharia se colocasse os palácios em cidades à primeira vista mais rentáveis.
Esta é uma das decisões tramadas. Ou seja, durante 12 vezes vimo-nos confrontados com a opção de colocar os palácios em sítios mais rentáveis e imediatamente e ganhar por exemplo 3 pontos, ou então arriscar no futuro e, nos turnos seguintes, conseguir duplicar ou triplicar (ou mesmo mais) os pontos que faríamos no imediato. Mas claro que a opção no futuro requer alguma paciência e sangue-frio.
Neste contexto, o jogador tem de saber em que regiões investir para que consiga fazer uma rede interessante de palácios. No entanto isto não invalida que tente também sacar, em regiões de menor interesse para ele, as tiles de Bónus. Uma boa conjugação de opções traz com ela muitos pontos.
Seja como for a regra é que só é permitido colocar um palácio por cidade (existe uma excepção).


Toda esta conjugação de interesses é muito bonita mas tem por detrás a grande roda que faz girar o mecanismo. As cartas.
E é aqui que a porca torce o rabo.
Cada jogador tem em mãos ao longo da partida várias cartas. Estas podem ser de 4 cores diferentes. Cada vez que coloca uma carta em jogo, o jogador define a cor na qual vai jogar até ao fim da ronda, ou seja sempre que jogar terá de ser nessa cor.
De resto tudo se assemelha a um leilão normal. Os jogadores poderão jogar quantas cartas quiserem para ganhar o leilão, desde que obedeçam à regra das cartas postas na mesa sejam sempre da mesma cor.
Mas pergunta o leitor mais impaciente: Afinal o que se está a leiloar?
Muito bem, está-se a leiloar precisamente o direito de colocar os palácios nas cidades. Quanto mais depressa se ganhar um leilão mais opções se tem na região para colocar o palácio. Como já disse, cada região tem 4 cidades e por vezes o que acontece é que quando o último leilão é vencido, o espaço ideal para o palácio do jogador foi ocupado. Esta situação em jogos normais poderá criar um certo mau ambiente. Afinal ninguém gosta de perder. Mas quando o jogo é em casa do Hugo, tal estado de espírito tem tendência a desaparecer. O conviva, embora lixado, terá a oportunidade de beber um gole de vinho, comer um queijinho e esquecer por momentos a merda que fez! Este pequeno pormenor, negligenciado por muita gente, é no entanto o que provoca uma constante boa disposição.


Mas como funciona o leilão?
Como podem ver na foto anterior, cada carta tem imagens impressas. Existem 6 desse tipo. Elefante, Mongul, General, Príncipe, Vizir e Monge.
O que o jogador faz é leiloar estas figuras de forma a conseguir ganhar numa destas 6 vertentes. Ou seja, depois da primeira volta em que cada jogador joga a primeira carta, cada jogador à vez tem duas opções. Ou sai do jogo e portanto caso seja o elemento que tiver mais figuras dum tipo na carta que jogou coloca um palácio, ou então caso ainda não esteja a vencer em nenhuma dessas 6 figuras coloca outra carta em jogo para fortalecer a sua aposta.
Claro que o leitor não percebeu nada do esquema e isto apesar de eu ter imenso cuidado na utilização de palavras. Mas vamos a um exemplo com dois jogadores.
Eu, como 1º jogador, jogo uma carta azul com um monge e um general. O Zorg, depois de beber um trago de vinho do bom, joga uma carta amarela com um monge e um príncipe. Ora na minha vez de jogar teria a opção de continuar a jogar cartas para eventualmente aumentar a parada nos monges ou então apostar noutras figuras (as cartas teriam de ser azuis). Por outro lado, podia sair do jogo e ganhava nos generais visto ter uma posição maioritária neles uma vez que a carta que o Zorg baixou não ter generais. Neste caso colocaria o meu palácio numa cidade e teria à minha mercê qualquer uma das 4 cidades, sendo por isso o primeiro a escolher.
Portanto, neste caso, o mestre Knizia brinca com os jogadores. Dá-lhes bastantes opções e existem aspectos positivos e negativos em todas elas. Se um jogador se alongar no leilão pode efectivamente ter a possibilidade de ganhar mais espaços, mas por outro lado gasta mais cartas e terá menos cidades à disposição.
Se por outro lado, sair cedo do jogo terá o privilégio de colocar em primeiro o seu palácio mas dará a possibilidade aos outros jogadores de colocarem mais palácios.
Interrogar-se-á o leitor. Bem, atendendo a isto, se calhar o melhor é passar cedo e colocar o palácio logo. Sim, de facto tem razão, mas existem umas cartas especiais que serão distribuídas pelos jogadores e os que mais figuras ganharem terão mais hipóteses de ficar com elas. E digo já que essas cartas dão um jeitão do caraças, pelo que constituem um elemento a ter em conta, sendo bastante importante lutar por elas.

Existem mais regras mas de que não vale a pena escrever. A ideia é que tudo gira à volta dum leilão de cartas onde as cores são importantes e uma boa gestão desse recurso ajuda bastante na concretização dum plano a longo prazo. Saber quando apostar forte num leilão de forma a estabelecer redes de palácios e também quando tentar ganhar as tiles dispersas nas cidades é essencial. As cartas que refrescam as mãos dos jogadores são escolhidas pelo jogador (à maneiro do Ticket to Ride) e esse elemento também é importante de forma a que haja um reforço duma cor e duma determinada figura.
Existe uma boa dose de Bluff e o leilão assemelha-se muito ao Poker, mas sem a sorte que este jogo de cartas envolve. Aqui tudo é pensado cuidadosamente. E quanto mais o jogador pensar nos seus objectivos a longo prazo mais hipóteses terá de ganhar.

Taj Mahal é um jogo brilhante. Obriga o jogador a pensar. Além disso é um jogo que permite que se vá aprendendo com os erros, possibilitando o desenvolvimento de mecanismos capazes de ajuizar com certeza cientifica o que se está a passar no tabuleiro e fora dele.
Os componentes são bons ou não estivéssemos nós a falar da Alea e, apesar do tema ser colado, existe um grafismo oriental cuidado que cria uma empatia com os jogadores.
Mas não pense o jogador que Taj Mahal é um divertimento para toda a família. Não, se decidir jogar prepara-se para uma hora de alguma tensão, bluff e indecisão. Mas o jogo fluí muito bem e não há muitos problemas de Downtime.
Como Reiner Knizia gosta muito de introduzir filosofia de vida nos seus jogos, aqui ela surge duma forma muito paradoxal e irónica. Se por um lado podemos dizer que se aplica a máxima do “quem não arrisca não petisca”, também não é menos verdade que o “quem tudo quer tudo perde” surja quando menos se espera levando o jogador a olhar para o vazio e perguntar-se como foi possível perder um leilão assim.
É a vida.
Se quer um conselho amigo, daqueles que não têm preço, pegue lá no seu cartão de crédito e toca a fazer a encomenda que vai ver que não se arrepende.


Pontos Positivos:
Componentes honestos e bem produzidos
Título da colecção de culto “Big Box” da Álea
Permite evolução dos jogadores partida após partida
Exige-se Bluff e planeamento
Muita tensão ao longo dos 60 minutos de jogo
Jogo perfeito para jogadores que tenham alguma experiência

Pontos Negativos:
Não é um jogo que se mostre completamente á 1ª vez
As partidas tornam-se mais interessantes com jogadores experientes no jogo

7 comentários:

Unknown disse...

Mais uma vez parabéns pela excelente session report. Muito bem escrita, fluída e com o humor que caracteriza as criticas do vosso blog e que todos os dias nos faz voltar aqui á procura de novas.

Apesar de ter ficado desiludido com o knizia desde que comprei o Rá, o Tigris ainda continua a ser um dos meus jogos de eleição. Este Taj Mahal está na minha wishlist desde que me iniciei nos jogos do tabuleiro e depois de ler este post deu-me alguma vontade de o experimentar. Pode ser que, quando um dia finalmente consigamos marcar uma jogatana, o jogo apareça na mesa mais uma vez.

Quanto a pegar no CC e fazer a encomenda, hummm, mesmo depois de uma critica tão positiva, com o knizia, só mesmo depois de o experimentar. Pois o sr. é capaz do melhor como o excelente Amun Ré e do pior como o odiondo Hollywood Blockbuster. :)

Bruno Valério disse...

Já joguei isso com o Zorg no bretspiel e foi um tanto ou quanto confuso. Em parte pq ele não me explicou as regras devidamente para poder ganhar muahahahah.

Mas fiquei com curiosidade!

soledade disse...

A crítica vinha a calhar. Numa altura de canícula/silly season, nada como aproveitar uma das 7 novas maravilhas do mundo.

O Taj Mahal é um dos melhores do Knizia. Costumo dizer que é uma espécie de area control que se faz com as cartas e com resultados perenes, aliás, como tudo o que se deve jogar no verão. Eu explico. Area control porque vencem as várias maiorias como se cada maioria fosse uma região, perene porque as cartas jogadas não sobrevivem de turno para turno, são descartadas. Bem sei que a comparação é meio estúpida mas, fazer o quê?! Eu sou esquisito.
Aqui eu acho o jogo muito bom. Um 8 sólido. Porque a decisão é muito importante e o momento é fundamental. Agonizamos na escolha quando tudo queremos e depois, como bem disseste, tudo podemos perder.

No resto é que eu não gosto assim tanto e o jogo passa só a bom (7). Não gosto das milhares (mais uma vez um problema que eu encontro no Knizia, ou então em mim :)) de pontuações diferentes. Para além disso, também não gosto, por causa da razão anterior, dos carreirinhos de palácios.

Para mim, o jogo ficaria a ganhar se fosse um pouquinho mais despretensioso. Talvez assim resultasse melhor.

O mais importante de tudo, apesar disso, é o vinho e o queijo. Quando são bons, o jogo melhora, é verdade.

zorg disse...

Isto está um bocado mal explicado. Passo a repor a verdade dos factos:

1) Em casa do Hugo foi servida uma zurrapa chilena de má qualidade, que ele deve ter comprado em promoção no Lidl, numa das últimas vezes que lá jogámos. A partir daí, o Hugo ficou a dever ao povo uma sessão com um vinho como deve ser, assim como aqueles que ele costuma beber quando vai a minha casa, sob pena de ninguém querer lá voltar para jogar (ao contrário do que acontece em minha casa, onde nunca há dificuldades em arranjar gente, dada a alta qualidade dos jogos, do som e do vinho). O Hugo não foi capaz de fornecer isso mais uma vez, porque nos recebeu com um terras do pó, que não é mais do que um vinho mediano, muito longe dos D. Martinhos, por exemplo, que já bebeu muitas vezes lá em casa. Só que desta vez teve a sorte de ter um convidado piedoso, o Luís, que lhe trouxe um vinho muito bom e lhe salvou a face. Mas o mérito é inteiramente do convidado e não do anfitrião, que ainda nos está a dever compensação por aquele veneno chileno!

2) O Hugo é um gajo insuportável em relação a jogos. A primeira vez que jogou Taj Mahal, por acaso ganhou. Então, como está pouco habituado a ganhar, resolveu armar-se em vedeta, subir para o pedestal e dizer que o jogo não tinha muita piada. O Hugo costuma fazer isto para se armar em bom, nas poucas vezes em que ganha. Felizmente, o Hugo conhece-me. E eu, pedagogicamente, obriguei-o a jogar Taj Mahal outra vez. Claro que a parvoeira não poderia resistir a uma obra-prima deste calibre e, como eu esperava, o neandartal comoveu-se perante a mona lisa.

3) O Taj Mahal é uma obra-prima absoluta, na minha humilde opinião. É, a par do tigris e eufrates, um dos dois enormes jogos que o Knizia fez até hoje. É um dos 9.5s da minha colecção (a par do puerto rico, do el grande, do princes of florence, do caylus e do já mencionado tigris e eufrates). É um jogo diferente de todos os outros, que provoca uma tensão enorme entre os jogadores, do princípio ao fim. Não é aconselhado a cardíacos nem a pessoas pouco experientes nestas andanças, porque apesar de ter regras muito simples, é um verdadeiro gamer's game, complexo e dificil de dominar. No último jogo que fizemos - e para o qual estou a preparar um session report - quando acabámos estava tudo aos berros, no bom sentido. É também um jogo que priveligia a estratégia de longo prazo, embora seja necessária um grande jogo de ancas para a adaptar às circunstâncias. É, em suma, brilhante!

Anónimo disse...

Nesta coisa, dos jogos de tabuleiro, sou um principiante - em cerca de 1 ano de actividade, experimentei uma dezena de títulos diferentes - como tal não tenho grande termo de comparação entre este Taj-Mahal e outros jogos. Até à bem pouco tempo atrás, o nome Reiner Knizia, significava tanto para mim, como uma formiga para um elefante!

No entanto, ao que a vinhos diz respeito, o assunto muda de figura. Não sendo nenhum expert na matéria, posso gabar-me de já ter provado algumas das melhores bênçãos deixadas por Baco. Tal como os verdadeiros jogadores, que estão sempre atentos às novidades no mundo dos jogos de tabuleiro, eu procuro sempre acompanhar o que de melhor se vai fazendo no mundo vitivinícola.
E aqui Portugal, tem certamente alguns Reiner Knizia's do vinho. E foi assim que descobri pela primeira vez o Monte da Peceguina de 2004.
Três anos volvidos, passei directamente pela adega da Herdade da Malhadinha Nova, o produtor deste vinho, para experimentar o Peceguina de 2006, colheita essa, que os meus parceiros de jogo, tiveram o prazer de experimentar na ultima sessão de Boardgame.

Há uma semana atrás, costumava escolher os queijos, presuntos, patés que conjugavam bem com determinado tipo de vinho, agora acrescento um novo ingrediente que vai muito bem com este excelente vinho Alentejano - O Taj-Mahal!

Para finalizar, aqui fica a ficha técnica do vinho (pois a do jogo, já o Hugo se encarregou de escrever):

Tipo: Tinto
Região: Alentejo
Castas: Aragonês, Alicante Bouschet, Touriga Nacional, Syrah e Alfrocheiro
Prova: Vinho jovem, frutado lembrando frutos vermelhos, com toques de madeira. Cor escura com um anel ligeiramente violeta, encorpado, de final agradável, suave com os taninos não muito presentes.


Um conselho: Se jogar, beba....vinho!

Luis Leal

Anónimo disse...

@Zorg: Qualidade dos jogos e do vinho, concordo, mas do som????? Por amor de deus, quando metes a tocar Beirutes, e Sigur Ros, e outras cenas do género só me apetece cortar os pulsos!!! Bom ambiente??? Tem juízo, pá!!!!

Obelix

Hugo Carvalho disse...

E Vinho? Tens bebido vinho. Diz-me lá que és imparcial nestas coisas, quando foi a última vez que bebeste uma pinga de alcool na casa do Zorg? Diz-me Diz-me!