14 março 2006

Session report: Princes of Renaissance

Havendo um lar disponível e condottieres audazes e dispostos a lutar pela defesa da honra de uma cidade renascentista, só uma coisa pode acontecer: um jogo de Princes of Renaissance!

Desta vez éramos 5 corajosos: eu, o Shahim, o David, a Alexandra... e o patético Hugo, cuja fraquissima prestação no último jogo provocava sorrisos de escárnio generalizados, quando o assunto era trazido à conversa.

Eu, o Shahim e o Hugo já tínhamos jogado (embora eu fosse o único a ter jogado mais do que uma vez). O David e a Alexandra eram virgens... e para além disso, nunca tinham jogado Princes of the Renaissance antes.

Após uma rapidissima explicação das regras e dos 3 milhões de tiles estarem ordenados em cima da mesa, ao lado do tabuleiro, iniciámos o jogo.

Vinha para este jogo com a ideia de experimentar outra vez uma estratégia mercantil, depois do falhanço clamoroso da última vez. Queria assim um exército enfezado, para poder entrar nas guerras, mas sem a pretenção de as poder ganhar, e um investimento forte em merchants e city tiles, que contava comprar baratinho e depois valorizar.

Comecei por isso por pôr a leilão a event tile do merchant. Com esta tile na mão poderia a seguir - depois de perder algumas guerras cruciais - adquirir as merchant city tiles correspondentes, ao preço da uva. O plano era começar a valorizá-las a partir de meados da segunda década e prosseguir nesse caminho até ao fim do jogo. Com isso conseguiria, esperava eu, acabar o jogo cheio de dinheiro e cheio de Merchants, ainda para mais altamente valorizados, o que me renderia imensos pontos, imenso dinheiro e ainda mais pontos.

Tudo dependia portanto da minha capacidade de ganhar este leilão inicial do Merchant event tile.

Ganhou o Shahim!

Fui à casa de banho mandar o meu astucioso plano para a sanita e, enquanto puxava o autoclismo, tomei uma decisão dramática: vou ser militar, partir a boca a estes gajos em centenas de guerras, trucidar toda a gente, gerar morte, caos, destruição e crianças orfãs, para ganhar milhares de coroas de glória. Pelo meio compro umas city tiles que reforcem o meu exército - e valham alguns pontos no final - e serei coroado o maior de todos os condottieres no fim do jogo.

E assim fiz.

Comprei um exército ofensivo poderosissimo, comprei uma tile que me dava desconto nos leilões para decidir quem luta a guerra, outra que dava ainda mais poder à minha artilharia e passei a declarar guerras como se não houvesse amanhã e a tentar entrar como atacante naquelas que eram declaradas por outros. No fim do jogo tinha 5 coroas de glória que me valeram uns valentes 15 pontos que, somados aos pontos das city tiles e aos das event tiles que tinha entretanto adquirido, me garantiram os 47 pontos da vitória.

O segundo classificado, um surpreendente e bem menos bélico David, ficou com 35 pontos e o terceiro, o patético Hugo, com aproximadamente 30 pontos, o que provocou risadas de escárnio entre todos os jogadores. O Shahim, vitima da sua própria ambição desmedida, apostou erradamente num exército multifacetado, capaz de defender e atacar com igual eficácia, em vez de optar por um especializado (como o meu) ficou em 4º. Em último a Alexandra, que, mesmo assim, ficou muito perto do Shahim (1 ponto de diferença).

No final, toda a gente comentava com entusiasmo as incidências do jogo, os erros estratégicos e tácticos que tinha cometido e as coisas que queriam experimentar da próxima vez. Um grande sucesso, portanto! Não creio que vá haver grande dificuldade em conseguir jogadores para a próxima sessão... ;-)

1 comentário:

Hugo Carvalho disse...

Uma das coisas deste jogo é que um gajo não se pode distrair um minuto porque senão é barbaramente ultrapassado. Tive durante uns 10 minutos a olhar para a beleza de estratégia do Zorg e não me apercebi que tivera sido ultrapassado pelo David. Fiquei num impasse a tentar saber se ia para a guerra ou se ganhava uns leilões e quando dei por mim nem uma coisa nem outra. Foi mau. Mas ficou-me a lição. Seja como for também fui prejudicado pelas arbitragens porque existe um erro na tradução duma carta o que me fez perder um leilão e por sequência, uma carta que teria um valor considerável para mim, foi para o Shahim, muito embora os valores das coisas no PoR seja relativo.