Um dos jogos que mais me tem seduzido ultimamente é sem dúvida Roma de Stefan Feld. Stefan é um autor noviço nestas andanças (Roma é a sua primeira criação) mas parece que lhe tomou o gosto e prepara-se para lançar este ano Rum and Pirates que, escutadas as primeiras reacções, é muito provável que seja atirado sem apelo nem agrado para o fundo do mar bravo do oceano. No entanto, o sucesso comercial que tem tido o filme Piratas das Caraíbas pode despertar alguma curiosidade pelo tema e assim ajudar a vender umas quantas cópias. Mas não vamos acreditar em milagres.
Roma também foi um jogo esquecido por todos quando viu a luz do dia. Inclusivamente por parte dos leitores deste blog que não fizeram qualquer comentário ao post sobre o jogo aqui do nosso amigo Zorg. Não fosse Alan Moore a avisar a comunidade para as potencialidades do mesmo, a esta hora estava eu descansado a escrever sobre outra coisa qualquer ou, quem sabe, a ler as peripécias dos nossos amigos do Brasil no Obatijolo e a tentar, pelas fotografias que disponibilizam, eleger a melhor barba de entre eles.
Mas quis o destino que o Alan Moore falasse e que aqui o Zorg o escutasse e assim podemos, sempre que nos encontramos, jogar uma partidinha de Roma enquanto as nossas namoradas falam incansavelmente sobre a labuta diária doméstica.
- O melhor é colocares uma pitada de sal antes de o pôr no forno...
É portanto nesta fase de maior dinâmica criativa feminina que geralmente aproveitamos para abandonar a conversa e abrir a caixa de Roma, um jogo de cartas bastante simples que demora em média 15 minutos para ser resolvido. A sedução desta obra está na forma despretensiosa como mistura a sorte na mecânica do jogo quase sem se dar por ela. É um jogo de sorte é verdade, mas também exige alguma imaginação para arranjar soluções perante os problemas que o adversário vai colocando ao longo do quarto de hora que demora cada partida.
O tema é cativante. Roma e todo imaginário referente ao império. Guarda Pretoriana, Nero, Templos, Foruns, Centuriões, Mercadores etc, etc.
Ora cada uma destes personagens/monumentos tem a sua carta e cada um deles tem o seu atributo próprio. Duma forma muito básica, a cada jogador compete a tarefa de colocar em jogo as cartas que necessita de forma a podê-las utilizar contra o jogo do adversário. No entanto um lançamento de dados define quem são as personagens/monumentos que são utilizados, o dinheiro que o jogador recebe e quantas cartas pode ir buscar ao baralho.
Nada melhor que um exemplo.
Imaginemos que eu num momento de inspiração lanço os dados (3) e que me sai um “4”, um “3” e um “6”. O jogador tem 6 números à sua frente (1,2,3,4,5,6) que representam os lados dum dado. Em cada um desses números um jogador pode colocar uma carta desde que tenha dinheiro para a colocar. Assim sendo, pegando no nosso exemplo, imaginemos que tinha um centurião no nº3. Ora como no lançamento um dos dados deu-me um “3” podia então activar o efeito do centurião que é basicamente destruir toda e qualquer personagem do adversário que lhe aparece à frente. Com os restantes resultados do lançamento “4” e “5” podia, por exemplo, retirar 5 ouros do monte de moedas que serviriam mais tarde para pagar a colocação das cartas na mesa. Com o “4” podia tirar quatro cartas do baralho (o baralho é conjunto) e escolher uma para colocar na mão. Ora o que é interessante no jogo é as possibilidades de escolhas que se podem fazer. O jogador tem a árdua tarefa de cozinhar o resultado dos dados de forma a maximizar o seu jogo. Debate-se sempre com escolhas, qual o numero que utiliza do lançamento de dados para biscar cartas ou para dinheiro, etc, etc. Será melhor utilizar o numero mais alto para dinheiro ou então activar a carta que está no espaço 6? Uma coisa é certa, existem sempre, em cada jogada, muitas possibilidades em aberto que torna o jogo sempre interessante e nunca monótono. E tudo isto em quinze minutos.
Quer dizer, nem sempre a coisa finaliza em quinze minutos. Eu e o Zorg, por exemplo na última partida que realizamos, acabámos por entrar no Guiness Records of the World ao completarmos uma jogatana em 60 minutos. Claro que o desespero das nossas namoradas aumentava com o passar do tempo:
- Isso é que é quinze minutos? Já tão aí há pelo menos meia hora. Vocês são tão mentirosos. Tenho de acordar cedo amanhã!
Não sei se foi desígnio de Júpiter, mas o certo é que o jogo teimava em não acabar.
Após muita luta e imaginação à mistura o jogo lá chegou ao seu final com a minha derrota. Os olhos das respectivas namoradas espelhavam o ódio que lhes ia na alma e claro logo verbalizado com palavras secas e contundentes:
- Nunca mais nos peçam para esperar 15 minutos quando sabem que o jogo vai demorar uma hora. Essa vossa mania de jogar começa a ser desumana! Sabem que horas é que são?
Não sei quando vamos voltar a jogar Roma novamente. Para já continua guardado na caixa à espera que o temporal emocional feminino passe.
Enquanto espero lembrei-me de escrever sobre ele.
Roma também foi um jogo esquecido por todos quando viu a luz do dia. Inclusivamente por parte dos leitores deste blog que não fizeram qualquer comentário ao post sobre o jogo aqui do nosso amigo Zorg. Não fosse Alan Moore a avisar a comunidade para as potencialidades do mesmo, a esta hora estava eu descansado a escrever sobre outra coisa qualquer ou, quem sabe, a ler as peripécias dos nossos amigos do Brasil no Obatijolo e a tentar, pelas fotografias que disponibilizam, eleger a melhor barba de entre eles.
Mas quis o destino que o Alan Moore falasse e que aqui o Zorg o escutasse e assim podemos, sempre que nos encontramos, jogar uma partidinha de Roma enquanto as nossas namoradas falam incansavelmente sobre a labuta diária doméstica.
- O melhor é colocares uma pitada de sal antes de o pôr no forno...
É portanto nesta fase de maior dinâmica criativa feminina que geralmente aproveitamos para abandonar a conversa e abrir a caixa de Roma, um jogo de cartas bastante simples que demora em média 15 minutos para ser resolvido. A sedução desta obra está na forma despretensiosa como mistura a sorte na mecânica do jogo quase sem se dar por ela. É um jogo de sorte é verdade, mas também exige alguma imaginação para arranjar soluções perante os problemas que o adversário vai colocando ao longo do quarto de hora que demora cada partida.
O tema é cativante. Roma e todo imaginário referente ao império. Guarda Pretoriana, Nero, Templos, Foruns, Centuriões, Mercadores etc, etc.
Ora cada uma destes personagens/monumentos tem a sua carta e cada um deles tem o seu atributo próprio. Duma forma muito básica, a cada jogador compete a tarefa de colocar em jogo as cartas que necessita de forma a podê-las utilizar contra o jogo do adversário. No entanto um lançamento de dados define quem são as personagens/monumentos que são utilizados, o dinheiro que o jogador recebe e quantas cartas pode ir buscar ao baralho.
Nada melhor que um exemplo.
Imaginemos que eu num momento de inspiração lanço os dados (3) e que me sai um “4”, um “3” e um “6”. O jogador tem 6 números à sua frente (1,2,3,4,5,6) que representam os lados dum dado. Em cada um desses números um jogador pode colocar uma carta desde que tenha dinheiro para a colocar. Assim sendo, pegando no nosso exemplo, imaginemos que tinha um centurião no nº3. Ora como no lançamento um dos dados deu-me um “3” podia então activar o efeito do centurião que é basicamente destruir toda e qualquer personagem do adversário que lhe aparece à frente. Com os restantes resultados do lançamento “4” e “5” podia, por exemplo, retirar 5 ouros do monte de moedas que serviriam mais tarde para pagar a colocação das cartas na mesa. Com o “4” podia tirar quatro cartas do baralho (o baralho é conjunto) e escolher uma para colocar na mão. Ora o que é interessante no jogo é as possibilidades de escolhas que se podem fazer. O jogador tem a árdua tarefa de cozinhar o resultado dos dados de forma a maximizar o seu jogo. Debate-se sempre com escolhas, qual o numero que utiliza do lançamento de dados para biscar cartas ou para dinheiro, etc, etc. Será melhor utilizar o numero mais alto para dinheiro ou então activar a carta que está no espaço 6? Uma coisa é certa, existem sempre, em cada jogada, muitas possibilidades em aberto que torna o jogo sempre interessante e nunca monótono. E tudo isto em quinze minutos.
Quer dizer, nem sempre a coisa finaliza em quinze minutos. Eu e o Zorg, por exemplo na última partida que realizamos, acabámos por entrar no Guiness Records of the World ao completarmos uma jogatana em 60 minutos. Claro que o desespero das nossas namoradas aumentava com o passar do tempo:
- Isso é que é quinze minutos? Já tão aí há pelo menos meia hora. Vocês são tão mentirosos. Tenho de acordar cedo amanhã!
Não sei se foi desígnio de Júpiter, mas o certo é que o jogo teimava em não acabar.
Após muita luta e imaginação à mistura o jogo lá chegou ao seu final com a minha derrota. Os olhos das respectivas namoradas espelhavam o ódio que lhes ia na alma e claro logo verbalizado com palavras secas e contundentes:
- Nunca mais nos peçam para esperar 15 minutos quando sabem que o jogo vai demorar uma hora. Essa vossa mania de jogar começa a ser desumana! Sabem que horas é que são?
Não sei quando vamos voltar a jogar Roma novamente. Para já continua guardado na caixa à espera que o temporal emocional feminino passe.
Enquanto espero lembrei-me de escrever sobre ele.
10 comentários:
Eu sei k isto nao tem nda ha ver com o post mas sera k alguem me pode arranjar um site com instruçoes para jogos de tabuleiro?
O melhor é ires à biblia dos jogos de tabuleiro. www.boardgamegeek.com
É só procurares o jogo que queres no search e depois é só veres as regras. A maior parte das regras estão em inglês mas também encontras noutros idiomas.
Este é o meu jogo preferido, dos jogos para 2 jogadores. Como o Hugo diz, este é um jogo que premeia a imaginação e encoraja a criatividade. Altamente recomendado!
Não conheço o jogo. Já tinha ficado curioso depois da review e, por isso, já vem a caminho. Depois falamos melhor. :)
Ah bom, tava a ver que não convencia ninguém a comprar o jogo. O que era uma pena.
Manda vir que ficas bem servido. É um belo jogo de cartas, tem elegancia. Faltou-lhe uma boa "campanha de marketing" para ganhar alguns prémios e ser mais conhecido por todos.
Ah, ia-me esquecendo: a review que esse tal Zorg faz do jogo, é uma grande peça de literatura e justifica, só por si, a aquisição desta maravilha!
Como jogadora e mulher tenho uma reclamação a fazer a esta relação direta entre "duração de jogos"/"paciência feminina". A relação correta é "duração dos jogos"/"paciência dos não jogadores"
O joguinho parece bem legal, vou adicionar na minha lista de "será que compro?"
Sim, de facto, isto não tem nada a ver com paciência feminina. Mas a minha namorada detesta jogos de tabuleiro. A palavra ódio é mesmo a palavra que melhor se coaduna com o sentimento. Embora, inexplicavelmente, tenha gostado do Blue Moon.
Mas enfim, azares á parte, dentro do nosso grupo temos jogadoras de grande calibre (Alexandra, Marisa e, dizem, a Rita) que não trocam uma jogatana por nada.
Por isso, a associação de não jogadores a mulheres foi apenas uma infeliz coincidência.
Até porque quando jogo Catan ou Ticket via net, são muitas as jogadoras que por lá aparecem para me humilhar publicamente.
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