11 outubro 2006

Essen 2006: as nossas apostas!

Todos os anos, por volta desta altura, os jogadores de tabuleiro de todo o mundo começam a comportar-se duma forma estranha e que, com o desenrolar dos dias, começa a afectar toda a estrutura familiar em que estão inseridos. O problema não parece ser dos pobres indivíduos que, coitados, tentam ser fiéis às sua próprias convicções e particulares individualidades, mas antes daqueles que os rodeiam:
- Ó querido sai do computador 5 minutos! Sempre aí metido! Há uma semana que não comes, não falas com ninguém, tomas banho de três em três dias, começaste a fumar feito maluco e já passaram quinze dias desde a última vez em que me fizeste sentir uma mulher de verdade! Que hálito é esse? Hum? Andaste a beber álcool? Oh meu Deus!

O caso não é para menos. Aproxima-se mais uma edição da Essen, o certame mais importante de Jogos de Tabuleiro de todo o mundo. Geek que é geek quer estar presente, não só para jogar as novidades em primeira mão, mas também para ganhar alguma credibilidade neste mundo onde a competição por colocar as primeiras impressões nos blogues que povoam a blogosfera é cada vez maior.
Por aqui, como seria de esperar, o nosso blog fica em casa pelo segundo ano consecutivo. Falta de orçamento e patrocinadores dispostos a investir nos nossos escritos ditaram o fim do sonho.
Pior do que isso, mesmo que haja boa vontade, não é muito fácil convencer o agregado familiar a visitar tal cidade alemã.
- Hum? Essen? Isso é o quê? Nunca ouvi falar disso. Eu quero é ir para Paris, Roma, Londres, Praga, Madrid ou Barcelona. Agora Essen!? Era o que faltava!

Mas enfim, não será por causa destes infortúnios mundanos que vamos deixar de dar aos nossos leitores informações vitais sobre as novidades presentes na Alemanha. Todos os anos há a grande surpresa de Essen - no ano passado foi o nosso bem conhecido Caylus - e nós temos algumas apostas pessoais, sobre o jogo que arrecadará esse título na edição deste ano.

As apostas do Hugo

Leonardo da Vinci
Um dos jogos que mais furor pré Essen está a fazer é Leonardo Da Vinci de um grupo de italianos loucos pela renascença e fãs incondicionais do autor das mais improváveis invenções que o Homem quinhentista alguma vez sonhou inventar. Claro que a maior parte dos seus épicos projectos nunca chegou a ver a luz do dia, mas agora, graças aos esforços desta malta italiana, vamos poder arregaçar as mangas e tentar nós construir as mais espampanantes máquinas renascentistas. Já tive a felicidade de ler as regras do jogo. E a primeira impressão que tenho é que estamos perante um jogo bastante emotivo e desafiante. O jogador vai ter de massajar o cérebro e vai-se confrontar com umas dez decisões a tomar por minuto. Leonardo da Vinci pega na mecânica do grande vencedor de Essen o ano passado, Caylus, e trabalha-a duma forma bastante interessante. Apesar de não ter lido as regras com muita atenção, o objectivo é conseguir adquirir materiais necessários para construir as invenções a que cada jogador se propõe no início do jogo. Até aqui nada de novo, o interessante é que ao contrário de Caylus, as casas dão mais do que um benefício. E todos os jogadores podem estar representados na mesma casa. Ou seja, quando chegar a vez de resolver a casa, o jogador que tiver mais trabalhadores lá pode escolher um dos benefícios disponíveis reduzindo o leque de opções dos restantes jogadores. Para apimentar mais as coisas, o jogador que tiver mais trabalhadores ganha o benefício sem ter de pagar nada, enquanto os seguintes vão ter de pagar florins para accionarem os benefícios seguintes. Quanto menor a influência mais paga. Mas o que podemos encontrar em Leonardo Da Vinci é, teoricamente, um melhoramento da mecânica do Caylus. Como é que isso vai resultar no tabuleiro? Bem, vamos ter de esperar, mas as primeiras indicações são bastante boas.



Hermagor
É o novo jogo de Emanuele Ornella (Il Principe e Oltremare) e para muitos o melhor. O jogo consiste, numa primeira fase, em colocar mercadores nos mercados para arrecadar mercadorias e, numa segunda fase, vender as mercadorias nas cidades adjacentes. Pelo que se diz é um jogo de timing e com uma boa interacção entre os jogadores. Quanto mais se avança no jogo mais tenso vai ficando o ambiente e o espaço de manobra mais reduzido. O mais astuto vai acabar por vencer porque, pelo que me pude aperceber, as mercadorias vão sofrendo alterações no seu preço ao longo das duas horas duma partida. À primeira vista, acho que será interessante de jogar, pelo menos eu tendo a gostar de jogos em que haja variações no valor das coisas que estão em jogo. Pelas palavras dos playtesters é importante o jogador conseguir um cálculo aceitável relativo ao custo duma mercadoria e ao benefício que pode ter com ela. É um título onde a eficácia dos negócios é bastante compensada. Merece uma atenção especial.



Imperial
A verdade é que uma das coisas que não se pode retirar mérito às companhias de jogos é o especial cuidado com que tratam o grafismo dos mesmos. Veja-se o trabalho incrível que a Days of Wonder está a fazer neste capítulo. Pois bem, tudo isto a propósito de Imperial. Um épico de 3 horas da Rio Grande que traz aos escaparates mais uma criação de Mac Gerdts pós Antike. Apesar de ter caído no gosto de muitos jogadores, existe a convicção que o jogo esteve a uma unha negra de se tornar um clássico, de forma que é com muita expectativa que se aguarda este Imperial. O tema é convincente. Estamos em plena ressaca da revolução industrial, onde os grandes capitais tentam arranjar mercados mundo afora. O interessante aqui é que, como pano de fundo, temos seis impérios representados e os jogadores vão exercer influência sobre eles de forma a conseguir mais mercados e algum poder militar. Estamos numa época em que a corrida ao armamento estava descontrolada e as grandes potências tentavam, a todo o custo, ameaçar o vizinho aumentando o seu arsenal bélico. O tema é interessante e são muitos os olhos que estarão atentos neste título. O facto de não existir o elemento sorte faz crescer a ansiedade. Podemos construir fábricas, exércitos e frotas. O jogador vai tentar espalhar pela Europa influência política, económica e militar. Tenho de confessar que o meu coração dispara cada vez que olho para a foto da caixa.



Gloria Mundi
A tinta que este jogo já fez correr é tanta que mais vale não antecipar nada. Mas desde os meus tempos de iniciado, tenho olhado para a capa do jogo com paixão e tenho ficado sempre em expectativa. O tema interessa-me imenso e é talvez o período da História que mais vibro. A queda do império romano. Ora a ideia do jogo consiste na fuga dos jogadores de Roma para as províncias africanas enquanto os Bárbaros não chegam ao centro do império. Enquanto isso é possível fazer oferendas aos deuses, construir vilas e cidades e haverá muitas oportunidades de lixar os outros jogadores, pondo-os à mercê das hordas bárbaras. A ideia que me ficou é que se um jogador não tiver em atenção as acções dos outros jogadores não será bem sucedido no resultado final. Disputa não faltará certamente. Uma das razões para os sucessivos atrasos deve-se ao facto de o jogo não estar devidamente oleado e tendo, por isso, alguns desequilíbrios. Aparentemente essa fase já está ultrapassada e parece-me que Gloria Mundi vai ser um nome a ter em conta para o próximo Natal. Um pormenor interessante é que todas as palavras inscritas no tabuleiro vêm em latim, o que lhe dá um ar bastante sedutor.



Pillars of the earth
Certamente muitos de vós devem estar a pensar mas que raio. Pois eu explico. A minha namorada (uma não gamer incondicional) esteve o Verão a ler esta obra literária de 1000 páginas escrita por Ken Follett. Todos os dias me contava o quão extraordinária era a história e que era o melhor livro que alguma vez tivera lido.Segundo a narrativa vinda no calhamaço tudo gira à volta da construção da catedral de Kingsbridge. Aparentemente a grande missão do jogador no tabuleiro é exactamente essa, construir a catedral. Mas irão também estar representados muitas personagens do best seller de Follet.Este vai ser um jogo que irei oferecer à minha namorada com elevado prazer, até porque pode ser que o jogue e mude de opinião em relação a este hobby.



As apostas do Zorg

Essen este ano parece particularmente interessante. Há novos títulos de criadores consagrados (Teuber, Wallace, Knizia, ...), há títulos menos novos de criadores por consagrar (Gloria Mundi, Silk Road e até, de certa forma, Gheos) e há alguns criadores promissores que trazem novidades aparentemente interessantes (particularmente o checo Vladimir Chvatil, que traz 2 jogos novos, depois do sucesso que foi Prophecy). Partilho de algumas das expectativas do Hugo (principalmente no que diz respeito a Imperial, Gloria Mundi e Leonardo da Vinci), mas também tenho algumas expectativas elevadas em relação a alguns títulos mais obscuros, pelo que vou optar por falar destes últimos, para evitar repetições.

Mas vamos aos jogos!

Perikles
"Come sempre de boca fechada e Martin Wallace é Martin Wallace", foi o que a minha avózinha sempre me ensinou, por entre duas goladas de rum de qualidade e uma baforada no seu cubano genuíno. E a verdade é que na minha colecção, vão entrando cada vez mais títulos do prolífico e criativo autor inglês: Age of Steam, Princes of the Renaissance, Conquest of the Empire II e Byzantium já cá cantam e são muito amados pelas hostes. Quanto a este Perikles, devo dizer que parece bastante interessante. Aparentemente é um jogo politico-militar. Fala-se até num Struggle of Empires com uma vertente política, o que, a ser verdade, seria algo de maravilhoso. E a verdade é que minha avózita também me dizia, enquanto punha a farda a secar, que "se é para jogar um jogo politico-militar, mais vale que seja feito por um inglês". Aguardo, por isso, com grande espectativa este Perikles.



Gheos
Não há como escondê-lo: sou o maior! Mas isso não é relevante para este post. O que é relevante é que fique claro que jogos de civilização atraem-me mais do que... jogos que não são de civilização! Pode dizer-se que se os jogos de civilização fossem boys bands, eu seria uma adolescente histérica, na primeira fila do concerto, com um cartaz a dizer " I wanna have your baby!!!!!". E este Gheos é um jogo de civilização! Melhor do que isso, a acreditar no que se tem para aí escrito, é um jogo com regras relativamente simples, rápido, que se joga bem com 2 jogadores e que é descrito como "uma mistura entre carcassonne e tigris e euphrates". Ou seja, é um jogo adequado para prosseguir o ardiloso plano que engendrei e que tenho posto em prática nos últimos tempos: transformar a minha inocente e ingénua cara-metade, numa viciada incurável e doentia, sempre disponível para jogar um joguinho, sempre sequiosa de um fix de jogo, disposta a tudo, até vender as pratas lá de casa, para ter dinheiro para a próxima encomenda da Playme. E este Gheos pode ser uma ajuda importante no atingir deste nobre e louvável desígnio! Ainda para mais ganhou alguns prémios enquanto protótipo, o que lhe dá aquele saborzinho apimentado extra, que me deixa ainda com mais água na boca. Para além do mais, a minha avó sempre me disse, enquanto construía um abrigo na floresta, "se vais tentar fazer da tua namorada uma jogómana incurável, mais vale que seja com um jogo de civilização apimentado".



Graenaland
A indústria dos jogos de tabuleiro é como todas as indústrias: há os big players que dominam o mercado e tendencialmente são mais conservadores nas suas apostas e depois há os outsiders, que, dispondo de menos meios, fazem da criatividade e do risco a sua grande estratégia para entrar no mercado. Depois do sucesso inesperado do Prophecy (que ainda lá está em casa, à espera da estreia), eis que do mesmo criador e da recém criada Czech Board Games surge este Graenaland, que já mereceu rasgados elogios do mestre dos novos lançamentos, o lendário Rick Thornquist. Diz o mestre que o jogo está muito bem feito, que faz lembrar o Catan e que possui um mecanismo bastante inovador de distribuição dos recursos entre os jogadores, através de propostas dos próprios. Tudo isto me cheira muito bem e, como dizia a minha avó enquanto cofiava a sua barba farta, "se vais jogar um jogo parecido com o Catan, mas com um mecanismo inovador de distribuição de recursos, mais vale que seja feito por um gajo que saiba falar checo fluentemente".



Kampf um Rom
Klaus Teuber é um dos Deuses maiores do panteão joguístico. Ultimamente andava um pouco em baixo de forma e tinha perdido algum do seu mojo, depois de algumas criações menos felizes, como o Candamir. No entanto, o recente Elasund anunciou ou mundo que o velho mestre tinha controlado a alimentação, retomado o exercício regular, perdido os quilinhos a mais e estava de volta ao seu melhor nível! Elasund é mesmo um grande jogo, que só podia ter sido criado por um autor em grande forma! É por isso que eu em geral e o mundo gamer em particular aguarda com enorme expectativa a sua mais recente criação, este Kampf um Rom, em estrangeiro, ou Luta em Roma, em lusitano corrente (tradução gratuita, fornecida por mim). As informações ainda são poucas, mas parece que este é um jogo baseado na lenda Settlers of Catan, mas passado no tempo do império romano. Os jogadores comandam tribos de bárbaros que saqueiam o indefeso império sem dó nem piedade, como se este lhes tivesse feito algum mal. A complexidade é maior do que no Catan e, depois do Elasund, este jogo promete muito! Para além do mais, como dizia a minha avó enquanto limpava a sua AK-47, "se vais jogar um jogo do império romano, mais vale que seja um feito por um autor sem excesso de peso".





















Khronos
Este é, provavelmente, o título mais obscuro deste post. De um autor desconhecido, editado por uma editora desconhecida francesa... onde é que eu já ouvi esta história antes? Para além do mais, as regras disto parecem interessantíssimas: o jogo é sobre viagem no tempo e então tem 3 tabuleiros que representam a mesma área geográfica... mas em tempos diferentes! Os jogadores podem viajar entre as 3 épocas e construir edificios e - esta é a melhor parte - os edificios que se constroem numa época, aparecem nas épocas futuras (ou tabuleiros), inteiros ou em ruínas. Não é brilhante? Claro que é possível que o jogo tenha falhas horríveis, nomeadamente em termos de equilibrio e falta de produção (com editoras pequenas, este risco ainda é maior), mas à partida acho a ideia extremamente interessante. Para além do mais o desenho da caixa é muito giro e, como dizia a minha avó enquanto tomava Havana pela força das armas, "se é para jogar um jogo de viagem no tempo, mais vale que tenha 3 tabuleiros e um desenho de caixa como deve ser".















P.S. 1: Este post é partilhado, apesar de ser colocado por mim. O Hugo é o autor da primeira parte (e da introdução) e eu da segunda.
P.S. 2: Não há como escondê-lo: a minha sábia avó é o Fidel Castro!

8 comentários:

soledade disse...

Epá!!! A trabalheira com que vocês me deixaram. Quer dizer, os mais óbvios eu até já conhecia, agora os outros... acho que vou ter de pesquisar um bocado sobre estes. Lá se vai a minha mini mini list.

E é mesmo verdade que esse mocinho checo sabe fazer as coisas? Quando é que abrem essa tal caixa para provar isso hã?

Nota: Notei que o Fidel era a tua avó na primeira linha do post.

Abraço
Paulo

zorg disse...

>>acho que vou ter de pesquisar um bocado sobre estes. Lá se vai a minha mini mini list.
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Para isto é que nós cá estamos! ;)

Quanto ao mocinho checo, o Prophecy tem muito boa fama e está na prioridade máxima para ser jogado. Este Graenaland tem tido bom buzz e o gajo ainda tem outro, o Through the Ages, que tem bom aspecto na descrição (um jogo de civilização com cartas, jogável em 3 horas), mas ainda não ouvi nenhum comentário de alguém que o tenha jogado. Seja como for, nesta fase, os jogos deles só podem ser comprados em Essen. Depois de Essen, pode ser que a situação mude, mas ainda não é certo.

soledade disse...

voltando aos jogos...
acho que a namorada do Hugo é capaz de ter razão. aquele Pillars of the earth parece ser um bom jogo. Muito interessante e original. Acho que vai para a wishlist.

O Khronos e o Graenaland também começam a despertar curiosidade e a deixar umas bolhinhas na pele. Acho que é ansiedade.

O Gheos e o Gloria Mundi não me parecem ser o meu estilo.

O do Teuber deve ser bom, claro, mas não é uma prioridade.

Fica como repto criarem um jogo baseado na conquista de Cuba pela força. Podem basear-se nas experiências pessoais da avó do Zorg... e até pode ser que fique para essen 2007. Nunca se sabe.

Abraço
Paulo

zorg disse...

1 ano sem comprar jogos é de homem! Eu tenho dificuldades em ficar 1 mês...

Entranto, vou ver se consigo dar alguma rodagem ao Prophecy em breve (hoje?) e depois logo digo aqui como correu.

Azulantas disse...

As minhas preferências (para alguêm que não vai a Essen) baseadas nas vossas descrições e noutras que li no Geek vão para os obvios Leonardo da Vinci e Imperial e paras os obscuros Gheos e Khronos.

Zorg, nem me digas nada acerca de comprar jogos que ultimamente tem sido doentio. Se o Bodegueims não tiver novos posts durante um mês, então podem assumir que tive que vender a casa e cortar a net...

zorg disse...

LOL
Então quer dizer que para a semana já deves poder mandar vir jogos... ;)

Costa disse...

Mau! A minha avó é que é o Fidel!! Será que vamos ter de resolver isto lá fora? À moda dos esquimós? Uma faca, uma corda, o último a ficar em pé é que é neto do Fidel...

Mas adiante.

Hermagor e Imperial são as minhas apostas mais fortes, são os jogos que mais me interessam e se tudo correr bem, daqui a uns dias já cá cantam.

Depois claro, há aqueles que todos já conhecem como PERIKLES, LEONARDO DA VINCI, GLORIA MUNDI e YSPAHAN.

Mas existem ainda mais alguns títulos que também já despertaram a minha curiosidade. Falo de SILK ROAD, TALUVA, MIDGARD, JUSTINIAN e SALAMANCA.

Dos que eu não conhecia e que este post (e muito bem) me indicou, fico ansioso pelo checo GRAENALAND e pelo KHRONOS.

Vamos esperar pelo fim do fim-de-semana e logo vemos como param as modas.

http://oblogdocosta.blogspot.com

zorg disse...

O Hermagor também começa a posicionar-se cada vez mais alto na minha lista. Começam a aparecer cada vez mais comentários favoráveis.

O Perikles, por outro lado, ainda não começou a gerar o hype que se esperaria de um jogo do Martin Wallace... serão os efeitos do fiasco Tempus?